Anísio Dias dos Santos, 75 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral – AVC – no dia 07/07, na cidade de Paulistana, e foi encaminhado ao Hospital Regional Justino Luz de Picos, onde foi examinado e constatada a necessidade de cirurgia muito urgente. Contudo, nove dias se passaram, e o idoso permanece aguardando regulação para Teresina, onde deve ser submetido a cirurgia.
Buscando todos os meios para evitar graves sequelas no pai, Paulo Henrique Rodrigues, procurou nossa equipe de reportagem para fazer um apelo ao governo estadual: que capacitem os profissionais do polo de Picos, estruture o hospital regional e, com urgência, abra mais vagas para receber pacientes de todo o Piauí que necessitam de uma medicina mais especializada e que não existe nas cidades do interior por, segundo ele, falta de investimento.
“O médico informou que ele precisa fazer uma cirurgia de urgência para conter o aneurisma cerebral, mas essa cirurgia não é feita aqui em Picos. A partir de 4h30 após o AVC o risco de sequelas é maior, por isso a necessidade de urgência na cirurgia”, disse o filho do paciente, Paulo Henrique.
Segundo ele, além do medo do pai não resistir, o medo de que o paciente fique com graves sequelas é grande. Com isso, no dia 10/07, a família buscou, junto à justiça, o pedido de transferência do idoso para a capital urgentemente, mas, mesmo com liminar favorável ao paciente para que fosse transferido em até 48h, até este sábado (15), o paciente permanece aguardando na fila de regulação, o que tem sido uma tortura para a família.
“Temos direito à saúde e à dignidade humana, e isso não está sendo cumprido. Está sendo negligenciado pelo Estado. Meu pai está amarrado à cama por conta das sequelas iniciais do AVC, que são de agitação, para não cair da cama e nem tirar os aparelhos. Isso é uma situação desesperadora, angustiante para a família. Vi relatos de pessoas que estão há 40 dias esperando cirurgia. Isso é inadmissível em pleno 2023”, lamenta o servidor público.
Nossa equipe entrou em contato com a assessoria de comunicação do hospital que informou que todos os trâmites, a partir do momento que o paciente entra na fila de regulação, é por conta do Estado, e que o hospital só volta a se movimentar, quando a SESAPI libera a regulação do paciente para a capital. “Então montamos uma equipe especializada que levará o paciente até o hospital onde prosseguirá com atendimento. Antes disso, não está em nossa alçada fazer nada, pois a regulação é estadual, não é algo que conseguimos resolver aqui no hospital”.