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27 de abril de 2024
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Variedade de capim adaptável ao clima seco é alternativa para o semiárido piauiense

Um projeto desenvolvido pela Coordenadoria Estratégica do Agronegócio (Ceagro) projeta o semiárido piauiense como uma área potencialmente importante para alavancar a economia piauiense. O “Chapéu de Couro” enxerga o bioma hoje desvalorizado, como um grande campo para cultura de pastagem e, consequentemente, de expansão da pecuária. Levantamentos apresentados na segunda-feira (18), ao governador Wellington Dias (PT) mostram que é possivel aproveitar o solo mesmo em áreas castigadas pela estiagem, cultivando o capim-corrente, uma variedade adaptável ao clima seco.

“O semiárido tem uma quantidade de água pequena para a plantação de capins convencionais, eles morrem logo. A ideia é trazer um mix de plantas forrageiras que permite tanto explorar o máximo em anos mais chuvosos e tirar a máxima qualidade possível em anos mais secos, assim estabelecendo uma pastagem duradoura como acontece no Sul e Sudoeste, tendo lucratividade em cima dessa pastagem”, explicou Orlando Martins, sócio da Sementes Mineirão, empresa disposta a investir no Piauí.

Para se consolidar, o Chapéu de Couro prevê uma união de esforços envolvendo o poder público e a iniciativa privada, por meio de produtores e empresas especializadas no agronegócio. Concebida por um empresário mineiro, a Nova Fronteira S.A. surge com uma proposta arrojada para o setor. A empresa, recém-criada, escolheu Teresina para instalar sua sede e começar investir na plantação de capim em diversas regiões do Piauí. O plano é plantar até 40 mil hectares ainda no ano de 2018 e chegar a 2 milhões de hectares nos próximos anos.

“O capim-corrente significará para o semiárido o que a soja representa para o cerrado. Criamos uma matriz tecnológica e vamos buscar os produtores da iniciativa privada para entender e investir junto com o governo. Temos convicção que o semiárido será a principal pecuária global”, ressaltou Nilson Linhares, proprietário da Nova Fronteira.

O Piauí tem aproximadamente 9 milhões de hectares de semiárido. O rebanho bovino no estado, segundo o IBGE (2016), é de 1,6 milhão de cabeças. Em todo o Brasil, tem se visto uma ocupação cada vez maior das áreas úmidas pela monocultura da soja. A pecuária se vê empurrada para áreas de menor intensidade pluviométrica e o Piauí pode largar na frente na atração de grandes produtores para a região semiárida, mostrando que ela pode produzir pasto o ano inteiro para o gado. De acordo com o coordenador da Ceagro, a meta para os próximos 5 anos é aumentar o rebanho piauiense em mais 25%, um incremento de 500 mil animais.

“O projeto pretende somar investidores de fora, o empresariado local para um atuação em parceria. Os proprietários atuais de terra que se interessarem podem produzir e vender o capim, ou mesmo negociar suas terras. O importante é o consórcio das ações”, pontuou o coordenador da Ceagro, Luís Gonzaga Paes Landim.

O governador Wellington Dias determinou a criação de um grupo de trabalho interinstitucional para realizar os levantamentos e promover as articulações necessárias para dar andamento ao projeto.

“Já desenvolvemos ações parecidas na região norte do estado e na região de São João do Piauí. A variedade de capins permite sustentabilidade numa região que chove pouco, promovendo sustentabilidade nas culturas de bovino, caprino e ovino. Inicialmente o estado participará com assistência técnica e depois atender mais criadores”, avaliou o governador Wellington Dias.

A reunião que discutiu o Chapéu de Couro reuniu empresários, produtores, representantes da Associação Piauiense dos Criadores de Zebu (APCZ), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, o coordenador de comunicação do Estado, João Rodrigues, e representantes de outras secretarias de Estado.

DoCidadeVerde

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