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6 de maio de 2024
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Estudante piauiense de escola pública aprende inglês sozinha e é aprovada em universidade dos EUA

Estudante piauiense foi aprovada em universidade dos Estados Unidos — Foto: Reprodução/TV Clube

Desde cedo, a estudante piauiense Jennyfer Ferreira aprendeu a encarar a educação como uma porta para um mundo de possibilidades e, aos 21 anos, a jovem foi aprovada no curso de psicologia em uma das principais universidades de Nova York, nos Estados Unidos. Para custear as despesas da viagem e realizar o grande sonho, ela decidiu organizar uma ‘vaquinha’ virtual.

A estudante é natural do município de Monsenhor Hipólito, a 364 km de Teresina, e sempre estudou em escolas públicas. Desde criança, Jennyfer demonstrou aptidão com música e idiomas. Autodidata, a jovem aprendeu a falar inglês sozinha. O talento da jovem chamou a atenção de quatro universidades norte-americanas.

viagem deve acontecer no início de setembro e, até que consiga se manter financeiramente, a jovem busca arrecadar dinheiro para custear gastos com alimentação, moradia e transporte. Nas redes sociais, um vídeo da jovem viralizou e já conta com milhares de visualizações.

“Consegui uma bolsa boa, mas Nova York é uma cidade muito cara quando se trata de moradia, um aluguel é $ 1.000 ou $ 1.200. Quando você multiplica, é mais de R$ 5 mil. A pessoa fica ‘ah, só tenho dois reais na minha conta, não vou doar’, mas se cada pessoa doar dois reais, dá bastante dinheiro e ajuda bastante”, contou Jennyfer.

O ex-professor de redação da estudante, Sátiro Sousa, escreveu a carta de recomendação acadêmica, enviada para a universidade, onde destaca as qualidades e atribuições da aluna.

“Você poderia citar 10 qualidades do aluno, eu citei as 10 sem sombra de dúvidas, e citaria 1.000. Coloquei ‘muito talentosa, dedicada, focada no que pretende’”, disse o professor.

Para os pais, Érica de Sousa e Manoel de Sousa Filho, e a avó, Anísia Sousa, a jovem é motivo de orgulho. Quando Jennyfer tinha apenas dois anos, seus pais se separaram e ela ficou sob os cuidados das duas mulheres.

“Fui mãe muito nova, e aqui na minha cidade sempre foi muito difícil. Tanto pra criação dela quanto para emprego. Tive que batalhar bastante pra trabalhar, cuidar dela e estudar também. Sempre priorizei para minha filha e para meu outro filho que o melhor lugar, o melhor caminho era a escola, pelos estudos eles iriam conseguir um futuro melhor e coisas que eu não pude dar“, relatou a mãe.

Em setembro, antes de chegar ao sonhado destino, Nova York, a estudante irá passar uma temporada na casa do pai, em São Paulo. Em entrevista, Manoel mandou um recado para a filha. “A família está aqui, de braços abertos, esperando por você, para lhe desejar muita sorte e sucesso na sua vida”, disse.

Forte tradição piauiense, a rede é o local preferido de Jennyfer. “Acho que é algo que faz parte da nossa cultura. Quando você vai relaxar ou fazer algo importante, você deita na sua rede e nem vê o tempo passar”. Com o coração já preenchido por saudade, a avó Anísia garante que a rede estará esperando por ela. “Sempre. Não vou trocar, vai ser essa mesmo”.

Jovem pretende seguir os passos de pesquisadora piauiense

Piauiense Joanna (à frente, à esquerda) é a única brasileira na equipe do vencedor do Nobel de Medicina. — Foto: Joanna Carola/Arquivo pessoal

Piauiense Joanna (à frente, à esquerda) é a única brasileira na equipe do vencedor do Nobel de Medicina. — Foto: Joanna Carola/Arquivo pessoal

Para Jennyfer, a pesquisadora piauiense Joanna Darck Carola é uma grande inspiração. Em 2019, a bióloga foi a única brasileira a integrar a equipe do vencedor do Prêmio Nobel de Medicina, Sir Peter J. Ratcliffe, na Universidade de Oxford, também nos Estados Unidos.

“Minha mãe trabalhava em um banco, era uma mãe solo, tinha que se desdobrar em dupla jornada. Financeiramente era muito difícil. Em paralelo, a gente vendia doces, roupas”, contou a bióloga.

Nas redes sociais, a pesquisadora compartilha experiências e oportunidades para quem deseja seguir carreira acadêmica fora do Brasil. “Tenho incentivado pessoas, tentado quebrar paradigmas dessas dificuldades de estudar no exterior, porque existem sim oportunidades” completou Joanna.

Fonte: G1-PI

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