O deputado federal Júlio César disse que os cargos federais e estaduais ocupados pelo PSD no Piauí já estão à disposição. A declaração foi dada ao Notícia da Manhã, nesta terça-feira (19), após a repercussão do voto do piauiense a favor do impeachment. Os cargos aos quais o parlamentar faz referência são o Ibama e a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), em níveis federal e estadual, respectivamente.
“Eu tenho um cargo do Ibama, no Governo Federal, e esse cargo está à disposição, já coloquei esse cargo à disposição por três vezes, bem antes mesmo do impeachment. Pode devolver, demitir meu indicado. No Governo do Estado, o PSD através do deputado Georgiano Neto, indicou o presidente da Adapi. Ele agora vai conversar com o governador, que vai fazer sua avaliação. Precisamos conversar com o governador. Se ele achar que isso foi tudo para que sejamos afastados do Governo, estamos aqui para aceitar. Eu não vou fazer apelo. Ele (governador) sabe dos meus argumentos, eu nunca enganei e nem disse que ia votar contra o impeachment. Estou à disposição do Governo para um diálogo”, disse Júlio César.
Júlio César disse que, antes da votação, manteve diálogo com Wellington Dias e que inclusive relatou sobre a pressão que sofreu para apoiar impeachment, até mesmo da base de apoio. “Consultei os prefeitos e lideranças que me apoiam no Piauí e a maioria esmagadora era a favor de que eu votasse a favor do impeachment”, disse o deputado, justificando que votou favoravelmente pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff, também por conviccção e recomendação do partido.
“Para votar a favor do impeachment, eu avaliei a defesa, a denúncia e o relatório. O tema é muito questionado, pois alguns acham que houve crime de responsabilidade fiscal e outros não. Avaliamos todos os dados da denúncia e defesa e conseguimos o nosso convencimento de votar a favor do afastamento. Dos 37 deputados federais do PSD, 29 votaram a favor do impeachment, foram contra apenas parlamentares da Bahia, Sergipe e Tocantins”, disse.
O piauiense ainda elencou outros motivos para justicar o voto como o desajuste das contas públicas, o crescimento da inflação e a baixa arrecadação dos tributos compartilhados. “Eu não sou radical. Conversei com a presidenta, o presidente Lula, vários ministros e por diversas vezes com o Wellington Dias. A minha conviccção foi o que eu fiz votando a favor do impeachment”, reitera.
Do Cidade Verde