No Piauí, 96 cidades do Piauí estão em estado de emergência devido à estiagem e 61 delas estão sendo abastecidas com carros-pipa, segundo a Defesa Civil. Com o estabelecimento do período mais quente e seco do ano, o B.R.O-Bró, a tendência é que mais municípios tenham dificuldades com o abastecimento de água.
“Cerca de 8 mil litros são oferecidos por família e a água serve apenas para consumo. Em média de 4 a 8 famílias são atendidas diariamente, depende muito da rota. Nós estamos com cerca de 200 carros-pipa e que estão realmente, de fato, atendendo a população”, informou o gerente da Defesa Civil, o coronel Cléber Soares.
De acordo com o painel da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, a falta de chuvas causou o prejuízo de R$ 43 milhões no Piauí. E a estiagem afetou 155 mil piauienses. Destes, mais de 25 mil pessoas estão sobrevivendo por meio da operação carro-pipa.
Apesar do número de municípios com ajuda de abastecimento ser apenas 64% das cidades em estado de emergência, a Defesa Civil informou que pretende atender todas as 96 cidades afetadas pela seca.
“Inicialmente, esses 61 foram aqueles que estavam em piores situações, que haviam necessidade com urgência de serem atendidos. Por isso que nós, por enquanto, só chegamos aos 61 municípios. Mas, vamos conseguir atingir os 96. Para vocês terem uma ideia, a cada ano o número de pipeiros e o número de cidades são maiores e atender a todas as demandas geram muitas dificuldades”, informou.
As ações da Defesa Civil fazem parte da ‘Operação Carro-Pipa’, cujo objetivo é diminuir os efeitos da seca do estado do Piauí. Ao todo, 200 carros-pipa fazem parte da operação, no entanto, esse número tende a aumentar com o agravamento da seca.
Famílias deixam de comprar comida para ter água em casa
Em Caridade do Piauí, cidade que fica 470 km ao Sul de Teresina, além da estiagem, acontece o racionamento em dias alternados e os moradores muitas vezes ficam sem água para fazer o básico. O tambor de 200 litros custa, em média, R$ 35.
Além da água para o consumo próprio, os moradores também têm de dispor do pouco que conseguem para salvar os seus animais. O agricultor Valdino da Silva relatou que muitas vezes teve que dividir a água, que usa para beber, com os animais.
“A gente tira da boca para repartir com o bichinho porque ninguém quer ver ele morrendo de sede. A vida deles é a mesma que a nossa, então o carinho por eles é o mesmo que o nosso”, declarou.
Fonte: G1-PI