24.2 C
Jacobina do Piauí
13 de maio de 2024
Cidades em Foco
DestaqueGeralPiauí

“Não existe uso seguro de agrotóxico e estados podem restringir lei”, garante procurador do trabalho

Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

O Piauí criou nesta terça-feira (27) o Fórum Piauiense de Combate ao Mau Uso dos Agrotóxicos e o procurador de Brasília, Pedro Serafim, autoridade nacional sobre o assunto, fez alerta para os gestores e população. Segundo ele, não existe uso seguro do agrotóxico e os estados podem aprovar legislação restringindo esses produtos químicos. 

Pesquisa aponta que nos últimos 10 anos, cresceu em mais de 70% o uso de agrotóxico no país e a plantação só aumentou 27%.

“Não existe uso seguro de agrotóxico por vários fatores. Já se encontrou agrotóxico onde nunca se plantou, se pulverizou. A chuva leva, a evaporação, tudo isso. Temos que criar condições de fiscalizações e o cidadão e produtor precisam ter noção de que não existe uso seguro”, disse o subprocurador do Trabalho, Pedro Serafim, que preside o Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos.

Estados podem restringir

Durante palestra, o subprocurador informou que o Ceará foi o primeiro estado que aprovou a restrição de uso de pulverização aérea. Com isso, há jurisprudência para os estados restringirem medidas contra o mau uso do agrotóxicos.

“A Assembleia do Piauí tem competência legislativa concorrente, segundo o STF, e isso mostrou em um recentemente caso do Ceará”, disse Pedro Serafim.

De acordo com o procurador, um dos impactos negativos da nova lei do uso do agrotóxico é o “risco aceitável”.

“A lei anterior dizia que não podia aprovar teratógenos, carcinogênico e a lei fala em risco aceitável, o que flexibiliza porque não existe conceito de risco aceitável ou inaceitável”, disse.

Outra questão prejudicial e a retirada do Ibama, Anvisa e Ministério da Agricultura no processo de autorização do agrotóxico.

“Outro fato de gravidade é autorização que a lei dar para a instalação no Brasil de uma fábrica de produtos não autorizados, desde que seja  só para exportação”,  disse Pedro Serafim.

O Fórum piauiense contará com 30 integrantes de vários órgãos e vai intensificar a fiscalização no Piauí.

“O Fórum traz a importância do diálogo entre as instituições para que a gente possa conseguir defender o meio ambiente e a população como um todo, no que se relaciona ao uso dos agrotóxicos, sobretudo com a entrada em vigo de uma nova lei, sancionada em dezembro, que trata desse uso”, disse a promotora Áurea Madruga.

Veja aqui o que diz a nova lei

Do CidadeVerde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais