A Academia Florestense de Cultura de Popular festejou seus 03 anos de existência e realizou encontro dos Imortais para a diplomação de novos Mestres e Mestras de cultura do município de Floresta do Piauí. O evento foi marcado pela sessão da saudade, em lembrança de Dona Patu (Sebastiana Maria Torres, 1931-2021), Tia Ana de Neco (Ana Francisca Torres, 1939-2022), Dona Joaquina (Joaquina Antônia da Conceição, 1928-2023) e Timóteo Tocador (Timoteo Sá, 1923-2023).
Aldete do CRAS homenageou os Mestres que já partiram com discurso emocionado:
“Vamos orar pela família dos que já foram, mas que deixaram muitos ensinamentos, muita alegria”.
- ALDETE, COORDENADORA DO GRUPO DE IDOSOS DO CRAS DE FLORESTA DO PIAUÍ
Os novos Imortais empossados pela Academia possuem vasto histórico de contribuição cultural e sempre desenvolveram suas atividades de forma espontânea, afetiva e generosa com as novas gerações, atuando como verdadeiros Mestres. São eles:
- Afonso Matias (Afonso de Souza Lima, 23/03/1938), Mestre dançador de Batuque;
- Seu Vitalino (Vitalino de Sousa Lima, 24/10/1945), Mestre baterista de Forró Pé de Serra;
- Dona Helena (Helena Francisca da Silva, 15/6/1946), Mestra dançadeira de Lezeira, Batuque e Forró Pé de Serra;
- Dona Firmina (Firmina de Sousa Rodrigues, 11/8/1949), Parteira.
Idealizadores e fundadores da Academia, o filósofo Eduardo Pontin e a jornalista Francisca Sousa também marcaram presença e lançaram a obra “Vamô Vadiá Nesta Lezeira – Ancestralidade e Simbolismo na Dança da Lezeira do Sertão do Piauí”, assinado por ambos. Todos os Mestres e Mestras de cultura dr Floresta foram presentados com um exemplar do livro.
A Secretária de Educação do município, Juninha, agradeceu a iniciativa: “Quero agradecer todas essas riquezas que vocês [Francisca e Eduardo] estão tornando um grande tesouro que é a Cultura da nossa região, do nosso Piauí e de forma especial na nossa comunidade aqui em Floresta do Piauí”.
- JUNINHA, SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DE FLORESTA DO PIAUÍ
O livro “Vamô Vadiá Nesta Lezeira” teve início justamente na cidade de Floresta, quando Eduardo e Francisca conviveram com Mestres e Mestras como Tia Ana de Neco, Gabiru, Helena Ferreira, Chiquim Ferreira, Espedito de Margarida, Dona Brancosa, Dona Bilunga, Zé de Anísia, Seu Dodó, Tia Mariinha, Dona Patu, Sandra de Zé de Firmino entre outros. Essa vivência possibilitou aos autores aprendizado sólido a respeito dos fundamentos e simbolismo presentes na dança da Lezeira.
Posteriormente, Eduardo e Francisca ampliaram a pesquisa, percorrendo os municípios de Santo Inácio do Piauí (Comunidade Pau D’Arco), Santa Cruz do Piauí (Quilombo Atrás da Serra), Wall Ferraz, Paquetá (Quilombo Mutamba e Quilombo Custaneira), Itainópolis (Comunidade Tombador e Assentamento Pinga) e Picos (Comunidade Boa Vista), conhecendo novos Cantadores e Cantadeiras.
Celebrando seus 3 anos de existência, a festividade contou com a presença de Mestres e Mestras diplomados Imortais em 2021. A Academia Florestense de Cultura Popular tem 3 de seus Mestres reconhecidos pelo Governo do Estado como Patrimônio Vivo do Piauí: Chiquim Ferreira, Gabiru de Floresta e Adãozinho Aboiador.
O Prefeito da cidade, Milton Rodrigues, compareceu ao evento e fez pronunciamento em favor dos Mestres e mestras de Lezeira do passado e do presente: “Quero aqui parabenizar a todos e principalmente aqueles que faziam a Lezeira antigamente. Agora recentemente, passei na casa do Seu Chiquim Ferreira e ele cantando umas músicas de Lezeira, ele começava do início ao fim sem errar nada, com a idade que ele já tem [88 anos]. Então assim, eu imaginando: rapaz, se dessa idade ele faz isso, e quando era novo? Então é muito gratificante, o município de Floresta do Piauí só tem a agradecer a todos vocês”.
- MILTON RODRIGUES, PREFEITO DE FLORESTA DO PIAUÍ
A Academia Florestense de Cultura Popular segue firme e forte, honrando o lema de sua fundação: “Academia Florestense de Cultura Popular – Tesouro Cultural no Coração do Sertão”.