A promotora de justiça Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues Belo instaurou procedimento preparatório de inquérito civil público para investigar o prefeito de Paulistana, Gilberto José de Melo, o “Didiu”, acusado de perseguição política contra famílias da região.
De acordo com a portaria de nº 002/2015, assinada no dia 11 de março, a promotoria recebeu denúncia de mãe de uma criança de cinco anos, informando que o motorista do transporte escolar não ia buscar sua filha para levá-la à escola, justificando que ela não havia votado no atual prefeito. O motorista teria informado ainda que o roteiro do transporte escolar foi alterado sem nenhuma justificativa.
A modificação do roteiro do transporte escolar, bem como possíveis perseguições políticas, prejudicam o ensino de crianças com famílias com poucas condições financeiras, especialmente os da zona rural.
O procedimento irá então realizar a colheita de informações e documentos referentes à mudança do trajeto do transporte escolar em quase 1 km por razões políticas, bem como a segurança das crianças e adolescentes ao serem transportados em veículos inadequados no município de Paulistana.
A promotora Emanuelle Martins determinou que fosse encaminhado ofício para o Secretário Municipal da Educação de Paulistana, requisitando informações, como a apresentação de justificativa para a modificação do trajeto feito pelo transporte escolar na zona rural do município de Paulistana, da localidade Sussuarana até o colégio Hildebrando Jorge Rodrigues, bem como apresentação de estudo de impacto, se realizado, para a realização da mudança, entre outros.
Outro lado
O GP1 entrou em contato com o prefeito de Paulistana Gilberto José de Melo, mais conhecido por Didiu, que informou que o trajeto do transporte público escolar do município de Paulistana teve que ser modificado para cortar gastos, pois segundo ele, os recursos advindos da Receita Federal não davam para custear o trajeto antigo, e nem mesmo a manutenção destes transportes.
“Reuni todos os motoristas para explicar a péssima situação em que se encontrava o sistema de transporte público da cidade, e repassei uma nova rota, onde os alunos que morassem até 4 km, próximo aos pontos de parada, deveriam seguir até os locais determinados, e os alunos que morassem, além disso, os motoristas deveriam ir até o lugar mais adequado para buscá-los”, afirmou Didiu.
O prefeito negou que o caso se trate de perseguição política e sim que a mãe da criança não vem cumprindo com o que foi estabelecido. Segundo o prefeito, a mãe da criança queria que o veículo fosse pegar a sua filha na porta de casa, mas como foi estabelecida uma nova rota para os veículos, a criança teria que esperar o veículo em uma parada específica para o ônibus, o que ela não estaria fazendo. Para o prefeito, inconformada com essa mudança a mãe decidiu fazer a denúncia.
Fonte: GP1