Foram 21 dias de isolamento social, medo, questionamentos e, acima de tudo, fé em Deus. Assim foi o período de quarentena do professor Armando Venâncio, da esposa, da irmã, da mãe e da avó, todos infectados pela Covid-19 e todos também vencedores da batalha contra o vírus. O início desta semana foi só de gratidão e comemoração com direito a mensagem de áudio pelo WhatsApp no grupo da família com a notícia mais esperada: “estamos livres”.
“Agradeci a Deus e, de imediato, glorifiquei o nome do Senhor por ter passado por tudo isso e sair vitorioso. Mandei um áudio para o grupo da família dizendo: estamos livres. Todo mundo se alegrou e disse para o meu avô que ele podia voltar para casa. Esse foi um dos momentos mais marcantes, pois ele conseguiu reencontrar e abraçar minha avó”, conta o professor, assim que soube que ele e a família estavam curados da doença.
Armando, a esposa, a irmã e a avó [ que ele chama carinhosamente de mãe por ter sido criado por ela] moram em Pimenteiras, no interior do Piauí. Ja a mãe biológica do professor mora da cidade de Picos, também no interior do estado.
Em entrevista, ele conta que começou a sentir os primeiros sintomas da Covid, dois dias após chegar do Hospital Getúlio Vargas (HGV), onde a avó tinha sido submetida a uma cirurgia de amputação da perna. Logo na sequência, ele e a esposa testaram positivo para Covid, depois a avó, e o restante da família.
Questionado se teve medo de morrer, Armando revela que teve medo de perder quem ama. Para ele, o pior momento foi descobrir que a avó havia contraído o vírus, pois além de ter sido submetida a uma cirurgia recente, ela é diabética, cardiopata, hipertensa e tem 70 anos, fatores considerados de riscos para a doença.
“Ela foi recebendo o diagnóstico e já foram encaminhando para Picos. Ela passou sete dias internada sozinha, pois não podia receber visita. Foi um domingo e o pior. Meu medo maior foi perder minha avó, mas não posso dizer que também não tive medo de morrer. Contudo, sempre busquei pensar positivo, pensa e que Deus estava no controle da situação e que a gente ia sair dessa”, relata o professor.
Armando Venâncio conta que a fé em Deus e o pensamento positivo foram o grande diferencial para a recuperação da família.
“Foram dias bem difíceis, complicados, onde nosso físico e psicológico ficaram bastante abalados por conta da preocupação, dos questionamentos, o fato de eu e mais quatro pessoas que amo terem contraído um vírus que tem matado tantas pessoas. Mas a gente procurou continuar com nossa fé ali, acreditando sempre que tudo ia dar certo. Esse foi um dos pontos que ajudou muito a gente”, desabafa Venâncio que diz ainda que sentiu na pele o preconceito por ter contraído a doença, mas que as demonstrações de carinho e apoio foram bem mais intensas.
Durante a fase de isolamento social, o professor fez uma série em seu Instagram de 14 dias com relatos sobre a rotina desafiadora e mensagens positivas de “que tudo isso vai passar”.
“A gente tinha o propósito de orar por nossa família e outras pessoas também. Me surpreendeu que a fase ruim que estávamos passando, ajudou outras pessoas que estavam em pânico, ansiosa e depressivas por conta do coronavirus. Elas começaram a ganhar força com a gente. Foram 14 dias de lives de autoajuda, oração e palavra de Deus. Foi um ponto positivo usar o que a gente viveu para inspirar outras pessoas que também vão conseguir vencer . Tudo é possível”, diz confiante Armando Venâncio.
O professor conta que não sabe ao certo quem primeiro da família foi infectado. Ele ressalta que todos estão suscetíveis à doença e reforça que o isolamento social ainda é a melhor forma de proteção.
“Ninguém contrai porque quer, ninguém sonha em pegar o vírus. Sem dúvidas, a prevenção ainda é a melhor prevenção, pois ainda não tem remédio ou vacina. Que a gente possa, acima de tudo, confiar em Deus, manter a tranquilidade e saber que é uma fase, que vamos ter que atravessar e passar por esse processo, mas que vamos consegui vencer. E prevenir, seguir as recomendações do Ministério da Saúde, fazer nossa parte por nós e pelo os outros. Quando a gente se une em prol de uma causa, consegue vencer. O maior diferencial para nossa vitoria foi ter esperança, pensar positivo e ter fé em Deus”, concluiu o professor Armando Venâncio.
Fonte: CidadeVerde