O policial penal J.P.O., suspeito de estuprar e torturar quatro dententas da Penitenciária Feminina de Picos, foi solto, por meio de Habeas corpus, concedido pela justiça piauiense, no fim da tarde desta segunda-feira (16). A informação foi repassada pelo diretor-presidente da Associação dos Policiais Penais do Piauí, Marcos Paulo Furtado.
“A Associação do Policiais Penais vê com naturalidade a soltura do policial penal que foi preso injustamente após denunciar diversos casos de crimes cometido naquela unidade penal. Uma clara represália, uma prisão arbitrária onde o devido processo legal não foi respeitado. Nosso policial não teve o poder da defesa assegurado perante as acusações, sendo condenado à uma prisão preventiva apenas por um inquérito penal que supôs que ele praticou os atos, sem provas materiais, apenas verbais”, falou Marcos Paulo.

J.P.O. foi preso na última quarta-feira (11), após uma investigação de dez meses, desde que a delegada Robiane Nunes assumiu a Delegacia Especializada em Atenção à Mulher e teve contato com a primeira vítima.
De acordo com a delegada, há vídeos que comprovam os crimes, juntamente com os depoimentos das vítimas.
O advogado do suspeito, Jacinto Teles, declarou que houve irregularidade na prisão do policial penal e que será provada sua inocência.

“O J.P. fazia parte do serviço de inteligência da Secretaria de Justiça do Piauí [realizando denúncias] e, de repente, de denunciante, ele passa a ser vítima de uma grande armação. Começa-se a fazer justiça. Hoje o desembargador Sebastião Ribeiro Martin, relator de nosso Habeas corpus, decretou, por medida imediata, que o agente jamais deveria estar preso, mesmo que supostamente os fatos fossem verdadeiros. Nós vamos provar, sem nenhum medo, que ele é inocente e que as denúncias feitas por ele devem ser apuradas rigorosamente”, afirmou.