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1 de maio de 2024
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O que se sabe sobre o esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a banco

Suspeito de liderar fraudes de R$ 19 milhões postou foto na Flórida citando Belchior: 'rapaz latino-americano sem dinheiro no banco' — Foto: Reprodução

Quase 30 pessoas foram presas no Piauí, na terça-feira (5), suspeitas de integrar um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira no Brasil. Desse valor, R$ 6 milhões são relacionados a golpes praticados em contas bancárias de agências localizadas no estado.

Vinte e dois dos presos foram capturados em Teresina. Desses, a maioria na Zona Sul da capital. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) informou que eram pessoas que entravam no esquema para fornecerem dados falsos e se tornarem clientes do banco.

Anderson Ranchel Dias de Sousa, um dos presos, foi capturado na Zona Leste de Teresina. Ele é apontado como líder da associação criminosa e ostentava uma vida luxuosa nas redes sociais, tendo viajado mais de 10 vezes para os Estados Unidos somente durante o período da investigação.

Suspeito de liderar fraudes de R$ 19 milhões postou foto na Flórida citando Belchior: 'rapaz latino-americano sem dinheiro no banco' — Foto: Reprodução

Suspeito de liderar fraudes de R$ 19 milhões postou foto na Flórida citando Belchior: ‘rapaz latino-americano sem dinheiro no banco’ — Foto: Reprodução

O diretor de inteligência da SSP-PI, delegado Anchieta Nery, informou que o esquema era divido em três partes: liderança, que incorporava pessoas para abrirem as contas com dados falsos; financeira, que lavava o dinheiro tirado do banco, e clientes, pessoas que se juntavam ao esquema para abrirem as contas.

Algo que chamou à atenção, foi que alguns dos suspeitos têm entre 18 e 21 anos e diziam ser médicos e engenheiros para abrir contas bancárias, daí o nome da operação: “prodígio”.

Como funcionava

Suspeito de liderar esquema de fraude bancária com prejuízo de R$ 19 milhões ostentava vida luxuosa nas redes sociais

Suspeito de liderar esquema de fraude bancária com prejuízo de R$ 19 milhões ostentava vida luxuosa nas redes sociais — Foto: ReproduçãoSuspeito de liderar esquema de fraude bancária com prejuízo de R$ 19 milhões ostentava vida luxuosa nas redes sociais — Foto: Reprodução

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Em 2022, Anderson Ranchel Dias de Sousa viajou mais de 10 vezes para os Estados Unidos

A fraude consistia em buscar pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos (como profissão e renda) que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente.

Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para “esquentar” a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima.

Em conversas obtidas pela polícia, Anderson Ranchel, o suspeito apontado com líder do esquema, aparece orientando um dos envolvidos a movimentar contas. O homem, identificado como “Marcelo Cabeça” chega a comentar sobre uma das estratégias que podem ser adotadas.

“Só mudar a profissão. Médico”, diz ele. Em outro momento, os dois conversam sobre o limite de crédito fornecido a uma das contas e Anderson pergunta: “qual profissão e renda tu botou no cadastro?”. Marcelo responde: “administrador, 20 mil”.

Operação Prodígio: prints mostram conversas entre membros de grupo suspeito de obter R$ 19 milhões em fraudes bancárias; veja — Foto: Reprodução

Operação Prodígio: prints mostram conversas entre membros de grupo suspeito de obter R$ 19 milhões em fraudes bancárias; veja — Foto: Reprodução

Para levantar o dinheiro das contas da instituição financeira, o núcleo financeiro da associação criminosa se valia de empresas fantasmas e meios de pagamento diversos (cartão de crédito, boleto bancário) que envolvem múltiplas empresas do sistema financeiro.

A fraude terminava quando o grupo criminoso acreditava ter atingido o máximo de limite de crédito possível, retiravam o valor máximo de empréstimo e “tombavam” o banco, não realizando mais qualquer pagamento.

Um dos exemplos é de uma jovem de 19 anos que informou ser médica obstetra – a formação para a especialidade dura pelo menos três anos, além dos seis da graduação, ou seja, ela precisaria ter iniciado a graduação com 10 anos.

Como foram descobertos

A esposa de um dos suspeitos presos denunciou a fraude do grupo após sofrer violência doméstica do marido. Além disso, a gerência do banco também estava desconfiando do número de contas abertas e da idade de alguns clientes. Por isso, a polícia foi acionada.

Os gerentes suspeitaram quando clientes, que se identificavam como médicos residentes, por exemplo, iam ao espaço físico do banco, tendo cerca de 18 anos.

“Quando esse pessoal que iniciava a vida, o relacionamento com o banco, no ambiente digital, ia tentar resolver algo presencial, em uma agência, aquilo despertava atenção. Um gerente chegou a abordar uma das suspeitas”, contou o delegado Anchieta Nery, diretor de inteligência da SSP-PI.

Início da investigação

Após o banco ter procurado a polícia, foi iniciada uma investigação que durou cerca de um ano e meio até a operação ser deflagrada. Durante esse período, os investigadores coletaram evidências suficientes para apontar a autoria dos suspeitos e solicitaram à Justiça mandados de prisão contra eles.

Foram concedidos 25 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão temporária nas cidades de Teresina, Floriano, Amarante e Nazaré do Piauí. O Inquérito Policial, da Polícia Civil do Piauí, ainda está em andamento.

polícia acredita que após a conclusão, e o compartilhamento de provas com outros estados, novas prisões podem ocorrer.

Fonte: G1-PI

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