Na manhã desta sexta-feira (16), o Ministério Público do Estado do Piauí, por meio da 8ª Promotoria de Justiça de Picos, promoveu uma audiência pública com líderes religiosos para discutir o enfrentamento à violência doméstica e o papel das instituições religiosas na proteção das vítimas.
A iniciativa surgiu após o MP tomar conhecimento de um caso em que uma mulher, vítima de violência doméstica, teria sofrido represália dentro da igreja que frequentava. Segundo relatos, o líder do templo condicionou a permanência da fiel nos ritos religiosos à retirada da denúncia contra o agressor.
A promotora de Justiça Romana Vieira, responsável por conduzir a audiência, destacou que o encontro teve como principal objetivo conscientizar as lideranças religiosas sobre o seu papel na rede de apoio às vítimas, e não como forma de confronto ou julgamento da fé alheia.
“Além da violência sofrida, a vítima também vinha enfrentando represálias dentro da igreja. Nosso objetivo com essa audiência não é criar estigmas sobre nenhuma religião, nem discutir dogmas religiosos. Queremos sensibilizar os líderes sobre a importância de acolher essas mulheres e entender que os templos religiosos também devem funcionar como espaços de amparo e apoio”, afirmou a promotora.
Ainda segundo Romana Vieira, o Ministério Público chegou a consultar a vítima sobre o desejo de acionar a igreja formalmente, mas ela optou por não seguir com o processo.
A audiência contou com a presença de representantes de diversas denominações religiosas e buscou reforçar a necessidade de um olhar mais humano e acolhedor por parte das lideranças espirituais, que muitas vezes são a primeira escuta das vítimas.
Com informações do Cidadeverde.com/picos
