Dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quarta-feira (30), mostram que as taxas médias de juros cobradas pelos bancos subiram para famílias e empresas em março, tanto no crédito livre quanto nas concessões de empréstimos direcionados. O aumento chega a 2,5% na taxa média do cartão de crédito rotativo — 445% ao ano — no crédito livre para pessoas físicas.
As operações de crédito livre para pessoas físicas estão entre as modalidades mais altas do mercado. Nesse formato, os bancos possuem autonomia para emprestar o dinheiro captado e definir as taxas de juros que serão cobradas aos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo — modelo que é majoritariamente direcionado a setores específicos, como rural, infraestrutura, microcrédito e outros.
Crédito livre
Segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas pelo BC, no total, a taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias teve aumento de 0,3% em março, acumulando alta de 3% em 12 meses, chegando a 56,4% ao ano.
Já os juros do cheque especial caíram 8% em março, mas tiveram alta de 6,1% em 12 meses, alcançando 134,2% ao ano. Desde 2020, a modalidade tem os juros limitados em 8% ao mês (151,82% ao ano).
Para as empresas, os juros médios nas novas contratações de crédito livre tiveram incremento de 0,8% no mês e 3,5% em 12 meses, alcançando 24,6%. Destaque para a alta de 9% na taxa média das operações de cheque especial, que chegou a 349,2% ao ano.
O que são os juros rotativos?
Os juros rotativos são uma modalidade de crédito tomada pelo consumidor quando ele paga menos que o valor integral da fatura do cartão de crédito. Essa diferença se transforma em um empréstimo e, portanto, são aplicados juros sobre o valor que não foi quitado.
Desde de 2017, com intuito de diminuir o endividamento das famílias, o Banco Central estipulou uma norma de que o crédito rotativo só pode ser utilizado até o vencimento da próxima fatura do cartão — cerca de 30 dias. Dessa forma, caso o cliente não efetue o pagamento total da fatura, o valor devedor do mês anterior, somados juros, multa e impostos, deverá ser financiado com o banco por meio de outra linha de crédito, como o parcelamento do cartão.
Por SBT News