A demora na conclusão do laudo pericial da reprodução simulada dos fatos, realizada no dia 07 de janeiro, tem adiado a finalização do inquérito policial que investiga as circunstâncias da morte do sargento da Polícia Militar do Piauí, João de Deus Teixeira. O caso ocorreu em novembro de 2024 e teria sido motivado por uma briga por vaga de estacionamento com o soldado Raimundo Linhares, da PM-MA.
Em entrevista exclusiva à TV Cidade Verde, Sandra Teixeira, filha do sargento João de Deus, lamentou a demora.
“O que a gente espera é que o resultado saia o mais breve possível para que o processo corra. Isso é importante para que a Justiça seja feita. Nada vai trazer ele de volta ou suprir a falta que ele faz. Mas, à medida que o tempo vai passando e a gente vai revivendo essa angústia, é muito difícil”, disse Sandra Teixeira, filha do sargento.
Foto: reprodução redes sociais
O laudo pericial é o único exame que falta para que o caso seja concluído. O resultado deveria ter saído em 10 dias, após a reconstituição do caso, mas foi pedido prorrogação. Por meio de nota, o Instituto de Criminalística do Piauí destacou que a demora se deve à complexidade do procedimento técnico-científico e que “está concentrando seus esforços em finalizar o laudo pericial no mês de fevereiro de 2025“. Leia abaixo a nota completa.
A investigação, presidida pelo delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vai revelar se o caso se tratou de legítima defesa, tese alegada pelo militar investigado, ou crime. Para a família do sargento João de Deus, o caso se tratou de um homicídio qualificado.
“O resultado da reconstituição é que vai dar respostas que a família busca. Mas meu pai foi morto por uma questão banal. A gente espera que ele seja indiciado por homicídio qualificado e vire réu. Isso vai dar o sentimento de que não estamos lutando à toa”, disse a filha.
Por outro lado, Rafael Machado, advogado de defesa, reforça que o caso se trata de legítima defesa.
“Ele [RAIMUNDO LINHARES] sempre esteve contribuindo com as investigações e acreditamos, sem dúvidas, que houve a legítima defesa. O Raimundo não teve nenhuma intenção, não o conhecia, não tinha nenhuma motivação para tirar a vida do policial do Piauí. A única razão para ele atirar foi porque o policial do Piauí atirou primeiro”, alega a defesa do soldado investigado.
Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA DA POLÍCIA CIENTÍFICA
O Instituto de Criminalística do Piauí esclarece que a perícia de reprodução simulada dos fatos realizada dia 07 de Janeiro de 2025 que visa elucidar as circunstâncias do disparo sofrido pela vítima João de Deus Teixeira dos Santos é um procedimento técnico-científico complexo. Seu objetivo é analisar e confrontar diferentes versões apresentadas sobre o fato investigado, permitindo a avaliação da compatibilidade entre os relatos e os vestígios materiais encontrados.
Por se tratar de um exame técnico detalhado, a reprodução simulada demanda tempo tanto na fase de levantamento quanto na elaboração do laudo pericial.
Diante de sua complexidade e da relevância das informações obtidas, o Instituto de Criminalística destaca que cada detalhe está sendo cuidadosamente examinado, interpretado e documentado, para assegurar a integridade do processo investigativo e contribuir de forma efetiva para a elucidação dos fatos.
O Instituto de Criminalística está concentrando seus esforços em finalizar o laudo pericial no mês de fevereiro de 2025 e reafirma seu compromisso com a realização de exames técnicos pautados na ciência, na imparcialidade e na transparência, em conformidade com os princípios da Justiça.
Fonte: CidadeVerde