O estudante do curso de odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Pedro Ilo Rebelo de Azevedo, montou acampamento no campus em Teresina nesta terça-feira (25), em protesto pelo retorno das aulas práticas, interrompidas em razão da pandemia da Covid-19.
Procurada pelo G1, a UFPI informou que o modelo de ensino remoto, adotado durante a pandemia, está associado às medidas sanitárias vigentes e que aguarda mudança no cenário para volta das atividades presenciais.
A instituição afirmou ainda que após o fim do semestre, em junho, haverá uma reavaliação do atual modelo para definir se haverá ou não mudanças no segundo semestre.
De acordo com Pedro, os estudantes que pedem o retorno das aulas práticas estão perto de concluir o curso. “Teve uma pesquisa com 165 alunos do curso, 10 deles querem esperar as reformas nas clínicas, mas o restante quer a volta urgente”, disse.
Em decreto do dia 8 de janeiro de 2021, o Governo do Estado autorizou o retorno de aulas práticas e estágios educacionais para alunos a partir do 8º período.
“Desde março de 2020 que nós estamos sem cursar nenhuma disciplina prática. Isso, faz com que as turmas não consigam avançar dentro do curso e nem concluir a graduação”, relataram os estudantes de odontologia em rede social.
Segundo o Pedro, todas as outras instituições de ensino superior no estado já retornaram com as aulas práticas. “Estamos esperando há um ano e dois meses já. As particulares voltaram em agosto do ano passado, a Universidade Estadual do Piauí voltou esse ano. Temos que protestar de alguma forma”, contou.
Pedro Ilo relatou que tem contado com o apoio de colegas de curso para ter mantimentos e que permanecerá acampado no campus da UFPI até o retorno das aulas práticas. A instituição não informou previsão de retorno.
O universitário destacou que a população também vem perdendo com a suspensão das atividades. Além do aprendizado com as aulas práticas, os alunos também prestam atendimento gratuito à comunidade através da clínica universitária.
“Continuamos com uma angústia sem fim para saber ao menos quando iremos retornar e conseguiremos nos formar. Retorno que é totalmente possível, já existem protocolos de biossegurança que possibilitem nossa volta de forma segura, tanto para alunos quanto pacientes. Não é necessário nada surreal para nosso retorno”, afirmam os alunos.
Fonte: G1-PI