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9 de maio de 2024
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Bebê prematura demora dois dias para ser transferida de hospital em Picos para Teresina; unidade não tem UTI neonatal

Uma bebê prematura precisou ser transferida do Hospital Regional Justino Luz, em Picos, para a Maternidade Wall Ferraz, em Teresina, por não haver Unidade Terapia Intensiva (UTI) neonatal na unidade de saúde. A transferência demorou dois dias, segundo a família da criança, por falta de equipe médica.

A bebê chegou na capital piauiense na noite de terça-feira (21) após a prefeitura de Pio IX, município onde a família da recém-nascida reside, ter custeado uma equipe médica para ser feito o translado da criança.

“Era de urgência, mas não tinha transporte. Ligaram para o transporte aéreo, mas não podiam vir porque disseram que não tinham incubadora. Falaram que vinham por ambulância, mas não tinha equipe médica para acompanhar. Passou a segunda-feira e a equipe não apareceu. Nós falamos com o prefeito de Pio IX, ele pagou a equipe médica para vir com a gente”, contou a tia da bebê, Maria Niclecia da Silva.

A tia da menina relatou ainda que a estrutura para receber os bebês no Justino Luz está em péssimas condições. “Colocaram ela no berçário, ligaram o aquecedor, pouco tempo depois deu problema na tomada, o aquecedor parou, depois colocaram outro aparelho e o aparelho quebrou também. Um aparelho que colocava no pé era de uma criança maior, pelou o pezinho dela todo, foi muito sofrido pra ela lá”, disse Maria Niclecia.

Em nota, o Hospital Regional Justino Luz informou que disponibilizou uma ambulância com enfermeiro e fisioterapeuta experientes para realizar a transferência da bebê de Picos a Teresina. Contudo, o município de origem da paciente, de forma espontânea, decidiu arcar com os custos de um médico para a remoção da recém-nascida enquanto o hospital finalizava a equipe de transporte.

Bebê prematura demora dois dias para ser transferida de hospital em Picos; unidade não possui UTI neonatal — Foto: Divulgação

Bebê prematura demora dois dias para ser transferida de hospital em Picos; unidade não possui UTI neonatal — Foto: Divulgação

Sobre a falta de UTI neonatal, o hospital alegou que será iniciado ainda este ano. Confira a nota ao fim da reportagem. A médica pediatra Anenisia Andrade informou quanto maior for a demora em garantir as condições necessárias ao recém-nascido, maior será o risco de morte ou sequelas para o bebê.

“É uma criança que necessariamente tem que ser transferida para uma UTI Neonatal. Já deveria ter nascido em um serviço que tivesse essa retaguarda de UTI Neonatal, onde ela vai ficar em uma incubadora adequada, vai pegar um acesso central, e isso é o médico que faz, ela vai precisar de nutrição parenteral, vai ter controle de glicemia, vai receber medicações pra infecções, além disso, na próxima sala de parto, ela pode precisar de uma reanimação, precisar ir para uma ventilação mecânica. Quanto mais tempo você demora para garantir as medidas necessárias, maiores são riscos, não só de morte, mas também de sequelas”, explicou.

A especialista ressaltou a necessidade de uma UTI neonatal no município de Picos.

“Infelizmente Picos não tem um único centro, nem mesmo privado, muito menos público, para receber um recém-nascido de risco. Você tem um centro de parto normal que é para criança acima de 34 semanas, acima de um 1,5 kg ou 2 kg, e que vão nascer, teoricamente, bem. Mesmo essas crianças podem nascer com alguma complicação e precisar de uma reanimação. Lá você não tem um pediatra na sala de parto. É necessário que façam concursos e coloquem uma equipe adequada lá dentro e que coloquem em frente um projeto que nós já demos início, no sentido de fazer uma UTI neonatal e colocar no nosso hospital para que Picos tenha pelo menos uma UTI neonatal”, finalizou.

Nota do Hospital Regional Justino Luz:

O Hospital Justino Luz, que é porta aberta para casos de urgência, recebeu a paciente e fez o parto com toda a assistência necessária. Como houve a necessidade de transferência para Teresina do recém-nascido por não haver o serviço ainda na instituição, disponibilizou ambulância com enfermeiro e fisioterapeuta experientes. O município de origem da paciente, de forma espontânea, decidiu arcar com os custos de um médico pra remoção enquanto o hospital estava na finalização da equipe de transporte. O Hospital reforça a boa relação e parceria com os municípios onde ambas as partes devem se apoiar mutuamente. A instituição também já pediu o serviço de UTI neonatal e espera que esse ano seja iniciado um serviço tão importante pra região e pra esse perfil de pacientes.

Todo atendimento, procedimento ou exame no hospital é inteiramente gratuito.

Fonte: G1-PI

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