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15 de janeiro de 2025
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Enfermeira explica medidas adotadas para pacientes com balas alojadas na coluna; estudante segue na UTI

Foto: Yala Sena/Cidadeverde.com

A enfermeira Lenier Braga de Almeida, do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), explicou, de modo geral, como é o procedimento quando pacientes dão entrada no hospital com projéteis alojados no corpo. Ontem, um estudante de 16 anos deu entrada no HUT com um projétil alojado na coluna cervical após ser baleado pela ex-namorada dentro de um colégio particular de Teresina.

Lenier Braga informou que uma junta médica está avaliando o quadro de saúde do estudante e a necessidade, ou não, de uma cirurgia imediata. A enfermeira explicou que, muitas vezes, a bala pode sofrer desvios dentro do corpo, atingindo outros órgãos além do ponto de entrada.

“O projétil vem com determinada energia e, se atinge uma estrutura óssea, pode mudar de direção dentro do corpo. Por isso, é possível uma bala entrar pela barriga e ir parar na coluna ou entrar pela boca e atingir a coluna cervical. O projétil pode sair do corpo ou permanecer dentro dele. Há várias possibilidades, dependendo da trajetória que ele percorra”, afirmou.

Foto: headeneckfisioterapia

Coluna cervical

Ela também destacou que muitas pessoas acreditam que a bala segue uma trajetória linear, mas isso é raro.

“A bala não faz uma linha reta como a gente imagina. Por exemplo, um projétil pode entrar pela bochecha e não sair necessariamente pela outra. Se a bala sofre um desvio, ela pode parar na coluna. Isso é algo comum e natural”, explicou.

Quando um paciente dá entrada com ferimento de bala na cabeça, os primeiros cuidados são voltados para mantê-lo vivo, conforme garantiu a enfermeira.

“A prioridade é estabilizar o paciente diante da gravidade do quadro. Se a retirada do projétil é essencial para estabilizá-lo, a cirurgia é feita. Caso contrário, medidas prioritárias são tomadas”, disse Lenier Braga.

A enfermeira também informou que o estudante segue sendo avaliado por uma junta médica no HUT, composta por neurologistas e especialistas da UTI.

Mãe diz que Deus vai curar seu filho

A mãe do estudante prestou depoimento hoje no Centro de Defesa da Cidadania, e disse Deus vai curá-lo e que o estado do filho é “gravíssimo”.

O jovem está internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e devido ao seu estado de saúde, ele ainda não conseguiu passar por uma cirurgia, e se encontra na UTI. Segundo informações de familiares, o adolescente precisa estabilizar os sinais vitais e normalizar a temperatura corporal para passar por uma cirurgia de retirada do projétil.

“As igrejas de todo o Brasil está orando pelo meu filho para tirar ele dessa situação em nome de Jesus. Deus está usando as mãos dos médicos para tirar ele dessa situação em nome de Jesus. A situação para medicina é gravíssimo, mas eu creio em Deus operando na vida dos médicos para eles fazerem uma cirurgia perfeita”, disse a mãe do garoto Kleytiana Campelo ao sair da delegacia.

Entenda o caso

Um estudante de 16 anos foi atingido por disparo de arma de fogo na região da boca, dentro de uma escola particular localizada na Rua Desembargador Pires de Castro, no Centro de Teresina. O caso aconteceu na quarta-feira (4). O estudante foi socorrido por uma equipe do SAMU e encaminhado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Uma adolescente, de 17 anos, que namorou a vítima, é a principal suspeita de realizar o disparo. Eles teriam terminado recentemente o relacionamento. O delegado Tales Gomes informou que após atirar no ex-namorado, a adolescente entrou em uma farmácia de manipulação, na região da escola, e avisou que matou um amigo. Atordoada, ela saiu da farmácia e foi apreendida por populares e policiais na praça em frente ao 25º Batalhão de Caçadores (25º BC).

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Os pais foram até o quartel pegaram a jovem e a levaram até a Central de Flagrantes. Ela foi atendida por um profissional de psicologia e conversou com o advogado da família. O pai da adolescente, o sargento Leonardo Rodrigues Lopes, do 9º Batalhão da Polícia Militar do Piauí, confirmou que a arma é de sua propriedade.

“Teve uma conversa entre eles e ela atirou na parte frontal do rosto dele. O rapaz caiu e a jovem deixou a arma em cima de uma das mesas. Ela saiu do colégio, entrou em uma farmácia próxima e disse para um dos funcionários: ‘acabei de matar um colega meu do colégio. Chame a polícia!’ O rapaz, acredito que por susto, disse que se aconteceu isso você tem que informar a escola e chamar o Samu. ‘Não! Eu matei ele e ele merecia morrer’ e saiu da farmácia em direção à região do 25 BC, onde foi contida por pessoas e funcionários da escola. A Polícia Militar chegou ao local e fez a apreensão da adolescente e apresentou ela aqui na Central”, explicou o delegado Tales Gomes.

Em nota, a escola afirmou que está oferendo apoio necessário às famílias:

 A Direção do Colégio CPI informa que seguimos profundamente solidários e em oração pela pronta recuperação do nosso estudante.

A comunidade escolar está unida oferecendo todo o apoio necessário às famílias.

Informamos que as aulas permanecem suspensas e serão retomadas na próxima segunda-feira (9) quando acolheremos nossos alunos com todo o cuidado e atenção que o momento exige.

Esclarecemos ainda que, até o ocorrido, o colégio não tinha conhecimento de qualquer conflito entre os alunos envolvidos.

Hoje, nossa equipe pedagógica, incluindo coordenadores e psicólogos, reuniu-se para planejar ações.

Enquanto isso, o setor administrativo do colégio continua em funcionamento para atender pais, responsáveis e alunos, oferecendo informações e suporte.

Reiteramos nosso compromisso com o bem-estar de nossos estudantes, professores e colaboradores. Pedimos a todos que se juntem a nós em orações pela recuperação de nosso aluno e pela superação deste momento difícil.

Fonte: CidadeVerde

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