O presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Felipe Mendes, afirmou que assume a presidência no momento em que a empresa está “no fundo do poço”, após cortes da ordem de R$ 69 bilhões no orçamento da União. Mesmo assim, ele afirma estar otimista, e diz que o rio Parnaíba terá atenção especial com a criação de um grupo de trabalho.
De acordo com o presidente, os cortes anunciados pelo Ministério do Planejamento no último dia 22 afetaram todos os ministérios, indistintamente, o que deixa a Codevasf, que também sofreu com a redução de investimentos, “no fundo do poço”. Além disso, questões locais também dificultam a realização de obras importantes pra o desenvolvimento do semiárido com valores orçados em mais de R$ 20 milhões.
“É melhor chegar assim no fundo do poço, porque agora a tendência é subir, melhorar. No Piauí ainda existem obras que estão paradas, com investimentos contingenciados. Há dificuldades na execução do governo do estado. Como a da Barragem de Tinguis, em Brasileira e de Atalaia”, informou.
Ele declarou ainda que haverá um grupo de trabalho especial para tratar das questões relacionadas especificamente ao rio Parnaíba. Segundo ele, o Piauí possui grande atraso no que diz respeito a processos de irrigação do semiárido.
“Eu assumi a tempo de submeter propostas ao Plano Plurianual de Investimentos [PPA] e no orçamento do próximo ano, então temos uma boa perspectiva. E já criei um grupo de trabalho interno para tratar do Parnaíba. Acho que tardamos em cuidar desse assunto de irrigação, que se discute há 13 anos no Piauí e só existe o [assentamento] Marrecas, com cerca de 1 mil hectares irrigados”, informou.
Ele garantiu ainda que não haverá, dentro da Companhia, diferenciação entre partidos ou estados de origem dos dirigentes, já que Felipe é piauiense e assume o cargo anteriormente chefiado por presidentes vindos de Pernambuco e Bahia.
Maria Romero / Cidade Verde