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29 de junho de 2025
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Propina ultrapassava R$ 10 mil e 12 pessoas são alvos da operação da PF sobre grilagem no Piauí

Foto: Ascom/PF

Pelo menos 12 pessoas foram alvos da operação sobre grilagem de terras no litoral do Piauí realizada ontem (6) pela Polícia Federal. Entre os alvos de busca e apreensão estão as residências do prefeito de Cajueiro da Praia, Felipe Ribeiro (Progressistas), da primeira-dama Clara Pereira, do secretário municipal de Governo, Thiago Ribeiro e a ex-prefeita de Cajueiro, Vânia Ribeiro, que é mãe do prefeito e atual Secretaria Municipal de Saúde.

Cidadeverde.com entrou em contato com assessoria da prefeitura de Cajueiro da Praia que divulgará nota de esclarecimento.

O delegado da Polícia Federal, Eduardo Monteiro, que preside o inquérito, informou que uma das áreas investigadas é de três hectares e foi comprada em 2018 no valor de R$ 20 mil. Segundo o delegado, após a regularização, um hectare do terreno foi vendido por R$ 1,5 milhão com um suposto esquema fraudulento entre prefeitura, empresa e cartório.

Três funcionários do cartório – o tabelião, o filho dele e a tabeliã substituta foram também alvos de busca e apreensão.

“Ocorreram buscas no cartório, em imóveis dos funcionários e em residências de outros investigados e pedimos uma correição no cartório para que faça uma varredura com base nas provas que já temos e em outras denúncias”, disse o delegado Eduardo Monteiro.

Segundo a investigação, os funcionários dos cartórios eram um dos braços para a falsificação de documentos.

Veja mais: 

PF pede afastamento de tabelião de cartório em investigação por grilagem de terrenos da União no litoral do Piauí

“Eles tinham um conluio com a empresa que fazia o programa de regularização de terras em Cajueiro da Praia, fraudando documentos e tentavam ludibriar a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) e o Ministério Público Federal (MPF). Eles negociavam propina com terras na faixa de praia que são mais valorizadas”, disse o delegado.

Segundo Eduardo Monteiro, a propina chegava a mais de R$ 10 mil.

A PF informou que há suspeitas de falsificação de documentos nos processos administrativos, com o intuito de reconhecer a regularidade fundiária e permitir os desmembramentos da área da matrícula original do município. Após a regularização do imóvel, os investigados desmembravam a área regularizada e vendiam os novos terrenos com matrículas próprias a preços elevados, de forma rápida e especulativa, alcançando uma supervalorização de cerca de 15.000%.

Ontem foram cumpridos 14 mandados nos municípios de Cajueiro da Praia, Luís Correia, Parnaíba e Teresina.

Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, corrupção e lavagem de dinheiro.

Por Yala Sena  / CidadeVerde

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