32.7 C
Jacobina do Piauí
29 de junho de 2025
Cidades em Foco
Geral

Levantamento do CRF aponta antibióticos como os remédios mais ausentes nas farmácias

Remédios

Amoxilina, azitromicina e cefalexina estão entre os medicamentos que mais faltam nas farmácias do estado de São Paulo. É o que aponta um levantamento feito pelo CRF (Conselho Regional de Farmácia) com farmacêuticos que trabalham nas redes privada e pública.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 30 de julho por meio de um questionário online divulgado no site e nas redes sociais da instituição.

Das 2.272 respostas recebidas, 2.233 foram consideradas válidas. O estudo não permitiu identificar se dois profissionais de uma mesma farmácia ou drogaria responderam as questões.

Atualmente, o estado de São Paulo possui cerca de 80 mil farmacêuticos ativos, segundo o CRF-SP.

Dos 2.233 que responderam a pesquisa, 2.199 disseram enfrentar desabastecimento onde atuam -o equivalente a 98,4%.

A amoxilina apareceu em 1.892 respostas, seguida por azitromicina (1.569) e cefalexina (879). Os farmacêuticos participantes do levantamento apontaram outros 21 medicamentos em falta.

Estão na lista ciprofloxacino, amoxicilina + clavulanato, acetilfuroxima, claritromicina, cefaclor (antimicrobianos); dexclorfeniramina, loratadina, cetirizina, difenidramina, desloratadina, fexofenadina, dexclorfeniramina + betametasona, hidroxizina (anti-histamínicos); dipirona, ibuprofeno, paracetamol, ácido acetilsalicílico (analgésicos); acetilcisteína, bromexina, carbocisteína e ambroxol (mucolíticos).

Segundo o farmacêutico Adriano Falvo, secretário-geral do CRF-SP, era previsível a falta de antibióticos, mucolíticos, expectorantes, anti-histamínicos e analgésicos por serem medicamentos utilizados no tratamento sintomático da Covid-19.

“Nós temos uma finalização do período crítico da Covid e a entrada do inverno, período em que esses medicamentos são mais utilizados. A maior parte dos insumos usados no Brasil para a produção de medicamentos são importados, da China e da Índia principalmente. A guerra na Ucrânia também impactou. A cadeia logística do medicamento ficou comprometida no Brasil e em outros países”, afirma Falvo.

Para o especialista, é difícil prever quando o abastecimento será normalizado. “É preciso ter alternativas para suprir a necessidade dos pacientes”, diz.

A pesquisa também observa, em separado, os estabelecimentos privados e públicos.

Entre as 1.894 respostas de farmacêuticos que atuam na rede privada, 1.869 (98,6%) apontaram desabastecimento -1.815 (95,8%) afirmaram faltar medicamentos antimicrobianos (95,82%), 1.672 (88,2%) apontaram a falta de mucolíticos, 1.627 (85,9%) de anti-histamínicos, 1.154 (60,9%) de analgésicos e 970 (51,2%) de remédios de outras classes (51,21%).

No levantamento, 175 farmacêuticos trabalham nas farmácias da rede pública. Destes, 170 (97,1%) citaram desabastecimento: 160 (91,4%) apontaram falta de antimicrobianos (91,43%), 136 (77,7%) de anti-histamínicos, 127 (72,5%) de analgésicos (72,57%) e 109 (62,2%) sofrem com a falta de medicamentos de outras classes.

De farmácias da rede pública em unidades gerenciadas em parceria com organizações sociais de saúde, 115 farmacêuticos responderam. Destes, 112 (97,3%) relataram desabastecimento. Entre eles, 100 (86,9%) apontaram falta de antimicrobianos, 74 (64,3%) citaram os anti-histamínicos, 72 (62,6%) sofrem com a falta de medicamentos de outras classes, 63 (54,7%) mencionaram analgésicos e 55 (47,8%) os mucolíticos.

O estudo também contemplou 49 respostas de farmacêuticos que declararam trabalhar em estabelecimentos filantrópicos, beneficentes, mistos e autarquias. Desses, 47 (95,9%) apontaram falta de medicamentos. Para 38 (78,1%) faltam antimicrobianos, 35 (56,2%) citam carência de remédios de outras classes, 31 mencionaram os analgésicos, 26 (50%) os anti-histamínicos e 20 (40,6%) os mucolíticos.

Em maio de 2022, o CRF-SP havia feito o mesmo levantamento. Comparado com o atual, não é possível notar alterações significativas no abastecimento de medicamentos -os remédios citados anteriormente aparecem também nos resultados mais novos.

Fonte: Folhapress

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais