A Universidade Federal do Piauí campus Senador Helvídio Nunes de Barros, na cidade de Picos, realizou na última semana de 07 a 09 de dezembro a IX Semana de História, que neste ano comemoravam 10 anos da implantação do curso de história na UFPI.
O evento tinha como tema: História, Arte e Cultura. O evento objetivava não só fomentar o diálogo entre história, arte e cultura, mas também instigar articulações interdisciplinares entre o conhecimento histórico e os diversos campos do saber, o que contribui, para o aprimoramento do ensino e da pesquisa no campo da história e da cultura.
A cidade de Picos necessita de eventos culturais, para que dessa forma professores, acadêmicos e a população de forma geral possa debater e construir ideias a respeito de nossa cultura local, com o intuito de apoiar os grupos culturalmente marginalizados e edificar o valor desses eventos para que temas como cultura e arte sejam mais debatidas, não só no meio acadêmico.
O professor da UFPI José Petrúcio, destaca a importância de o evento debater história cultura e arte na cidade de Picos. “Sobretudo socializar as pesquisas acadêmicas no campo da história, como sabemos o sertão do Piauí é carente em projetos e visibilidade no campo da pesquisa, este evento possibilita que outros profissionais venham pra cá e socializem suas pesquisas acadêmicas e também permite que nossos estudantes entrem em contato com diferentes profissionais de várias partes do Brasil” Completou, José Petrúcio.
A professora do curso de História da UFPI, Karla Oliveira fala sobre a importância de eventos culturais na cidade de Picos. Ela afirma ser importante devido a troca de conhecimentos e experiências de alunos e professores.
“A arte faz parte da vida”, afirma a professora, assim, é de suma importância que venha ser tratado e debatido assuntos culturais para um bom enriquecimento não só para o curso de História, mas também para as mais distintas áreas. A mesma ainda ressalta que deve-se abrir e dar espaço para todos os tipos de cultura, para que as mesmas não sejam esquecidas ou para que sejam resgatadas.
Para Pedro Serafim, estudante do 6º período do curso de história, o evento fomenta a cultura local e insere os grupos culturais da cidade. “Como por exemplo o grupo Adimó que vem ganhando espaço através desses eventos. Dá espaço para aquilo que o grupo luta e isso dá poder aos diversos grupos. E assim, dá sentido maior a universidade, e também ao nosso curso” conta o aluno.
Para ele é gigantesca a oportunidade de um evento como esse pois o curso de história é visto apenas como a parte da docência. “É necessário situar as pessoas, elas devem se perceber quanto sujeitos, você falar da diversidade cultural é situa-los na sociedade. É fazer com as pessoas entendam que preconceitos, são apenas preconceitos, ninguém deve se sentir oprimido por isso” acrescenta Pedro.
O professor Jaison Castro, que é doutor em história pela Universidade Federal do Ceará, esteve presente como palestrante da segunda noite do evento. Para ele essas semanas de história é sempre fundamental para que os alunos tenham uma nova forma de pensar a pesquisa.
“A questão da cultura e da arte é fundamental na historiografia recente. Houve uma grande diversificação dos objetos na década de 70 pra cá e as novas chaves para se pensar arte e cultura tem se multiplicado. Então, esses momentos como semana de história, é uma forma de se ter contato com essa multiplicação de abordagens e metodologia.” Conta o professor.
Para ele as palestras são fundamentais para a formação dos estudantes, não só de história mas de todos os cursos. Jaison incentiva todos os alunos a participarem desse tipo de evento. “Nós precisamos conhecer a cultura brasileira como um todo, a verdade é que a cultura em si é uma grande desconhecida entre nós”, finaliza Jaison.
O evento contou com várias apresentações de grupos culturais da cidade de Picos, como por exemplo, o grupo de dança Adimó que é referência em nossa cidade, por trabalhar a inserção social através da dança. O grupo de capoeira Palmares que se apresentou na praça Dirceu Arcoverde, conhecida como praça do PCC, com o intuito de mostrar a capoeira como ferramenta de transformação e inclusão social, não só como mera dança, mas como arte, cultura e esporte.
Fonte: Alunos de Jornalismo da Faculdade R.Sá.