O reitor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Gildásio Guedes, disse nesta quarta (26) que analisou o resultado da Consulta Eleitoral que escolheu a professora Nadir Nogueira como vencedora em maio, e que decidiu pela homologação. O resultado da consulta foi homologado pelo Conselho Universitário, que é a instância máxima da instituição, em meio a protestos do lado de fora da reitoria. Correligionários da chapa de Nadir Nogueira denunciavam que a consulta poderia não ser homologada, algo que seria inédito na história da instituição.
Gildásio Guedes disse que tem uma conduta democrática e que ficou “surpreso” com alegações de que poderia não homologar o resultado da consulta.
“Eu não posso estar envolvido em celeumas que possam atrapalhar o bom andamento da universidade, então eu fique fiquei calado, fiquei observando toda essa movimentação e eu fiquei também surpreso com essas colocações. Por onde passei, eu fui eleito, eu tive a oportunidade de nomear diretores vinculados a mim, mas nomeei diretores outros, quer dizer, eu sempre tive um histórico de democrata dentro da universidade. Fui nomeado na eleição passada pelo presidente dentro da legislação. Se o presidente Lula quiser nomear qualquer um dos três da lista tríplice, ele o fará e a gente não pode dizer nada. Então, eu nunca disse nada sobre o processo porque estava estudando o processo. Nós tínhamos uma Comissão Eleitoral que estava trabalhando, não concluiu a sua parte no que diz respeito a todas as análises, porque entendeu que quem deveria concluir era o conselho universitário, e o conselho universitário concluiu hoje”, disse.
Com o resultado da consulta homologado, a próxima etapa é a formação da lista tríplice. Um Colégio Especial deverá ser formado, com representantes de estudantes, professores, servidores técnicos e da sociedade civil. Serão esses membros que terão direito a voto. Um edital deverá ser lançado para que os candidatos se inscrevam – não necessariamente apenas os que se submeteram à consulta universitária poderão fazê-lo.
O reitor disse que ainda não há data para a reunião desse conselho, mas que deve ocorrer dentro do prazo regulamentar: a reitoria deve enviar a lista tríplice para o Ministério da Educação até o mês de setembro. Com a lista em mãos, o presidente Lula deverá escolher o gestor da instituição para os próximos quatro anos.
“Nós estamos organizando o Colégio Especial, a organização inclui alunos, inclui docentes, inclui representantes da sociedade civil, e vai incluir também o Conselho Diretor da Universidade Federal do Piauí. É bom que se diga que a aprovação de hoje dessa lista foi uma proposição da presidência do Conselho Universitário. Nós propomos e o conselho aprovou. Na segunda etapa, o presidente do conselho não propõe. Ele apenas coloca um edital na praça, quem puder satisfazer as normas do edital se candidata, e aí o conselho vota, e o voto é uninominal e cada um vota do jeito que lhe aprouver”, explicou.
Retorno da greve
Com o fim da greve nacional dos professores e técnicos administrativos da rede pública, e tendência de fim da paralisação também na UFPI, o reitor disse que vai ser feita uma análise para identificar se há necessidade ou não de adaptação do calendário acadêmico. Os professores da UFPI entraram em greve em 28 de maio, portanto, o movimento paralisou as atividades por aproximadamente um mês.
“A intenção é a gente ter uma nova organização em termos de calendário acadêmico, se houver necessidade. Se não houver, vamos continuar com o calendário que foi aprovado para este período. A Universidade sem aulas, é uma universidade vazia, e aí termina trazendo prejuízos. Nós entendemos que todo movimento reivindicatórios podem ocorrer, mas entendemos também que a instituição pública, é de todas, então temos que ter cuidado ao entrar na greve, e ao sair da greve. Estamos esperando o fim da greve, já recomendada em muitas universidades do Brasil, e vamos ver agora a Adufpi e o Sintufpi com um veredicto final sobre a greve e planejar a continuidade do semestre”, disse.
Com três anos e seis meses de mandato, o reitor que está encerrando sua administração, Gildásio Guedes elenca cerca de 40 feitos como prioritários da sua gestão – em especial, obras, e diz que sai satisfeito com o resultado deixado na instituição.
“Pegamos uma universidade com muitas dificuldades, em 2020, no meio da pandemia, pouco dinheiro, e mesmo assim colocamos a universidade de pé. Realizamos 40 ações desde a recuperação do Setor de Esportes, à do Centro de Ciências Agrárias, passando pelo campus Petrônio Portela e interior. Conseguimor manter a universidade funcionando naquilo que tem de melhor, que são suas salas de aula”, defendeu. Outro ponto que considerou prioritário foi o aumento da nota de recredenciamento do Ministério da Educação (MEC), ao citar que a instituição subiu de nota 3 para 5. “Estou satisfeito com os resultados”, finalizou.
Por Roberto Araujo / CidadeVerde
