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13 de dezembro de 2024
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Quase 400 famílias quilombolas do Piauí são reconhecidas pelo Incra

Quase 400 famílias quilombolas do Piauí são reconhecidas pelo Incra - Foto: Marcelo Casal / Agência Brasil

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu 386 novas famílias quilombolas no Piauí, o que garante à essas pessoas acesso às políticas públicas do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). As comunidades beneficiadas são Tanque de Cima, em Acauã; Fazenda Nova, em Isaías Coelho; Sumidouro, em Queimada Nova; e Macacos, em São Miguel do Tapuio.

As portarias de reconhecimento foram publicadas entre 5 e 11 de julho, autorizando o início do processo de inserção dessas famílias como novas beneficiárias. Todas as comunidades são tituladas pelo Instituto de Terras do Piauí (Interpi), permitindo a aprovação das propostas de inclusão das unidades familiares pelo Incra.

Conheça a história das comunidades

Tanque de Cima

A comunidade quilombola Tanque de Cima foi reconhecida por meio da Portaria nº 557. O grupo surgiu com a chegada de um casal que fugiu do trabalho escravo em Pernambuco, por volta de 1871. Atualmente, conta com 86 famílias, que ocupam uma área de 571 hectares.

As principais atividades econômicas incluem o cultivo de acerola, milho, feijão, banana, macaxeira e batata doce. A produção de acerola, que ocupa 63 hectares, é particularmente destacada, com colheitas realizadas três vezes ao ano e comercializadas em Petrolina (PE).

Fazenda Nova

Com 189 famílias vivendo em 6,3 mil hectares, a comunidade quilombola Fazenda Nova foi reconhecida pela Portaria nº 517. As atividades econômicas incluem a pecuária, extrativismo de mel, madeira e ervas medicinais, além do cultivo de milho, mandioca, feijão e caju. Um projeto de criação de galinhas caipira está em fase de implantação, por meio do Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR).

Sumidouro

Situada nos municípios de Queimada Nova e Lagoa do Barro, a comunidade quilombola Sumidouro, com 46 famílias em 927,38 hectares, foi reconhecida pela Portaria nº 554. As primeiras famílias ocuparam o território há aproximadamente três séculos. Vestígios de casas, antigos currais, restos de troncos de açoite marcam e delimitam o entorno de algumas residências, servindo para comprovar a história local.

A comunidade se dedica ao cultivo de milho, feijão, algodão, mandioca, melancia, mamona, abóbora e capim, além da criação de aves, suínos, ovinos e caprinos. A área é caracterizada por uma vegetação predominantemente de caatinga, utilizada pelos moradores na medicina caseira e construção de casas e cercas.

Macacos

A comunidade quilombola Macacos foi reconhecida por meio da Portaria nº 532. No território, com área de 2,7 mil hectares, residem 65 famílias. Elas vivem da criação de aves, suínos, caprinos, ovinos e bovinos; do extrativismo de fibras, frutos e plantas medicinais; e da plantação de milho, feijão, mandioca e caju.

Os primeiros moradores teriam vivido em regime de escravidão na Fazenda Canabrava, nas proximidades do município de São Miguel do Tapuio, de onde teriam migrado (ou fugido), no final do século XIX, para a localidade do Olho d’Água dos Macacos, dando origem ao nome da comunidade quilombola. As casas, umas em estilo tradicional e outras mais modernas com banheiro e energia elétrica, foram construídas pelos próprios moradores, com tijolos e telhas de barro fabricados por eles.

Fonte: O Dia

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