Entrevista realizada em Picos no SaliVAG, em setembro de 2015 com Fabrício Carpinejar.
Confesso que estava tremendo, não só por estar diante dele, que sou fã de carteirinha há muito tempo, mas também por estar rodeada de jornalistas profissionais e eu apenas uma reles estagiária. Além de tudo com uma pauta de questões que estavam fora do contexto da entrevista “coletiva”. Sim entre aspas, pois nem eu estava interessada nas perguntas das profissionais de veículos de comunicação e, muito menos elas nas minhas. Mesmo já fora da Faculdade de Letras há mais de 8 anos, ainda continuo com a mania de perguntas literárias. Quando lancei minha primeira pérola, (ou seria mesmo, pedra?) senti um leve desconforto ( e recolhimento discreto dos gravadores) das colegas ( eu me achando jornalista). Na segunda, o recolhimento já não foi tão discreto. Aí eu pensei, puta que pariu, tô fazendo merda. Agora mesmo é que minha reputação de aspirante a comunicadora vai pelo esgoto. Imagina a situação, eu, velha, desconhecida do meio, ainda na academia, fazendo o primeiro trabalho, sob olhares de profissionais, bonitas e famosas na cidade e, além de tudo, entrevistando o cara.
Apesar de toda este medo, vergonha, embaraço e muiiita tremedeira, eu bati o pé e pensei, já que dei fora, assumo meu fora até o fim. E, graças a Deus, consegui finalizar minha primeira entrevista. E olha que comecei a lo grande. Depois de uma semana é que tive coragem de ouvir a gravação, morrendo de vergonha e medo de ter cometido alguma grande gafe. Pior é que ele não perdoa. Havia me preparado um mês antes, para enfrentar suas possíveis ironias e rebater alguma alfinetada. Durante a papo nem percebi se houve, afinal estava cega. Não sei como consegui fazer as perguntas.
Conheci o Fabrício Carpinejar em 2005 em Goiânia, na Faculdade de Letras- Universidade Federal de Goiás. Na época ele era professor e poeta, ainda não era conhecido nacionalmente, e nem “palpiteiro do amor” como ele mesmo se definiu, ao ser questionado se ele havia se tornado um conselheiro sentimental da modernidade. Dentro do ambiente universitário ( da Letras-UFG), por mais que o convidado seja famoso eles tinham uma postura muito simples e o relacionamento se tornava mais intimista. Agora era outro Carpinejar, famoso, astro da tevê, quando comentei sobre ele disse: “ ah! Foi você! ”. Eu havia contatado ele antes por facebook e comentado do nosso encontro no passado. “ Eu ainda tinha cabelo?” sim. Você era mais acessível. “ eu não sou acessível não, porra?” Sim, mais agora é mais difícil te encontrar, as agendas não coincidem. Ele está diferente, mais solto, mais bem-humorado e mais afiado também.
A entrevista está na publicação anterior. Entrevista com Carpinejar