A protetora independente e assistente social, Rosa de Araújo Soares, em entrevista relatou ter sofrido perseguições e ameaça por alimentar animais em situação de rua em Picos. Segundo ela, a população não compreende o real papel do cuidador.
Residindo há cinco anos em um bairro central da cidade, Rosa de Araújo, relembra um momento que ela não apaga da memória. Tempos atrás, um vizinho chegou a ameaçar descarregar uma arma de fogo, caso ela continuasse a cuidar de animais abandonados.
“As pessoas não entendem o trabalho do protetor. Somos perseguidos porque alimentamos os animais de rua, a população tem resistência a nós cuidadores. Eu não vou desistir, continuarei fazendo isso porque tenho amor e compaixão pelos animais. Já morei em vários endereços em Picos, em todos sofri essa perseguição. Teve uma vez que o vizinho me ameaçou relatando que iria descarregar uma arma em mim, se continuasse a alimentar os animais”, afirmou a protetora.
Rosa explica que apesar desse comportamento social de perseguição, ela mantém o cuidado com cães e gatos que ela encontra na rua. Essa relação de amor, ela diz ter sido iniciada na infância quando ela acolheu um gato abandonado. Desde então, não parou mais.
“Os animais são criaturas de Deus, devem ser cuidados, protegidos. As pessoas que protegem não devem ser perseguidas. Eu comecei a cuidar dos animais desde pequena, isso que a minha mãe relatou. Até hoje continuo ajudando os animais, é algo que me faz bem. Tem pessoas que sabem que faço esse trabalho voluntário e abandonam animais em frente a minha casa”, finalizou.
Lei estadual garante aos cidadãos direito de alimentar animais
O Governo do Piauí sancionou no início de fevereiro do corrente ano, nova lei que estabelece medidas de proteção, controle reprodutivo e regulamentação da vida de cães e gatos em situação de rua.
A Lei de autoria do deputado estadual Fábio Novo (PT), assegura a qualquer cidadão o direito de alimentar e fornecer água para cães e gatos de rua. A medida não é válida apenas para locais que exigem controle sanitário, como hospitais e cozinhas de estabelecimentos alimentícios.
Além disso, está prevista a priorização de cuidadores e protetores de animais cadastrados em programas públicos de castração, vacinação e atendimento veterinário.
Fonte: CidadeVerde
