Mulheres ganham, em média, 20,7% a menos do que homens no Brasil, segundo dados apresentados pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, nesta quarta-feira (18). O relatório revela aumento na disparidade de salários em relação à primeira edição do levantamento, de março, quando era de 19,4%.
A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho, Paula Montagner, explica: “Mudanças culturais são lentas e os dados, às vezes até bons dados, em que a gente vê crescimento da massa de rendimento e aumento do emprego, quando eu vou olhar, a disparidade não se revela”.
Isso porque, por mais que a força feminina de trabalho tenha aumentado (0,3 ponto percentual), elas ainda ocupam cargos com salários menores. Em dados de 2023, a remuneração média das mulheres foi de R$ 3.565,48, enquanto a dos homens ficou em R$ 4.495,39.
No sentido estratificado entre raças, “não tivemos mudança substantiva”, como analisa Montagner: a diferença salarial entre mulheres negras (R$ 2.745,76) e homens não negros (R$ 5.464,29) é de 99,01%. Isso significa que, em média, os homens não negros ganham quase o dobro do que as mulheres negras (49,75%).
Veja outros dados do estudo:
- Distribuição de mulheres negras entre o total de mulheres: 45,15%; não negras são 54,58%;
- Distribuição de homens negros entre o total de homens: 49,16%; não negros são 51,02%;
- As mulheres não negras ganham, em média, 54,77% a mais do que as mulheres negras;
- Os homens não negros ganham, em média, 56,41% a mais do que os homens negros;
- Do total de 18 milhões de vínculos empregatícios analisados (de 50.692 empresas analisadas), mulheres negras representavam apenas 18% do efetivo.
Por SBT News