O deputado federal Merlong Solano (PT-PI) negou que o ministro da Assistência Social, Wellington Dias, vá deixar a pasta. Neste final de semana alguns veículos nacionais especularam que o MDS entraria na reforma ministerial que será promovida por Lula, como consequência o ministro piauiense deixaria a cadeira para que um partido do centrão indicasse a vaga.
Aliados do presidente Lula (PT) afirmam que ele aguarda a definição sobre o calendário e o processo de sucessão dentro de seu partido para começar as mudanças no primeiro escalão do governo. A reforma ministerial então deve começar “em casa”, com uma troca de cadeiras nas pastas ocupadas por petistas.
A mudança iniciada “dentro de casa” seria seguida de uma reforma dedicada à acomodação de partidos aliados, tendo como baliza o resultado das eleições municipais, contemplando PSD, MDB e União Brasil. O governo enfrentou na última semana uma rebelião da bancada do PSD na Câmara dos Deputados, que inicialmente se recusou a assinar requerimento de urgência para as medidas do pacote de contenção de gastos. Os líderes da bancada chegaram a se reunir com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Integrantes do PSD afirmam que é insustentável a bancada contar apenas com o Ministério da Pesca e Aquicultura, com André de Paula.
Outra possível mudança envolvendo um quadro do PT seria na articulação política, atualmente comandada por Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Discute-se ceder o posto para um nome do bloco centrão, para melhorar a interlocução com o Congresso. Uma possibilidade seria deslocar Silvio Costa Filho (Republicanos), atualmente ministro dos Portos e Aeroportos.
Merlong Solano negou a saída de Wellington Dias do ministério.
“Esse debate relativo ao MDS ainda não chegou dentro do Partido dos Trabalhadores, e é um ministério que tem uma identidade muito grande. Com todas as bandeiras do nosso partido. Acho difícil, Lula, entregar esse ministério para outro partido. De outro lado, há de fato a importância de resolver duas questões. Um, o problema das emendas. O Congresso Nacional se empoderou muito nos últimos dez anos em matéria de emenda. É preciso estabelecer um mecanismo de redução desse poder, mas de uma maneira paulatina. A segunda questão é essa reforma ministerial que contemple uma base mais estável. Isso terá que ser feito daqui para o início do ano que vem”, afirmou.
O deputado piauiense avaliou ainda as últimas semanas do ano legislativo na Câmara e traçou os desafios.
“A importância, a lei de diretrizes orçamentárias, o orçamento e o controle de gastos, e ao mesmo tempo também a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais. São matérias de grande relevância, mostram a importância de o governo ter uma base estável no Congresso Nacional. A última votação demonstrou que há dificuldades, na urgência dessas matérias nós aprovamos por apenas três votos de maioria. Então a necessidade de diálogo interno dentro do governo e com o Congresso Nacional nesse momento é muito importante”, concluiu.
Com informações Catia Seabra e Renato Machado Folhapress