Como parte da programação da campanha “18 de Maio – Faça Bonito”, foi realizada na manhã desta quinta-feira (8) uma blitz educativa na Praça Josino Ferreira, em frente aos Correios, no Centro de Picos. A ação reuniu equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social, Conselho Tutelar e CREAS, com o objetivo de conscientizar a população sobre o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Durante a atividade, foram distribuídos mais de 700 adesivos com a mensagem da campanha e o número do Disque 100, canal nacional para denúncias anônimas. Os participantes também abordaram pedestres e motoristas com informações sobre como identificar e denunciar casos de abuso e exploração sexual infantojuvenil.


O secretário municipal de Assistência Social, Luzifrank Júnior, explicou que a iniciativa integra uma programação que se estende por todo o mês de maio, e não apenas no dia 18, considerado o “Dia D” da campanha. “Essa é uma ação educativa. A gente está parando os veículos que passam, conversando com as pessoas e colando adesivos que têm o número da denúncia. É uma forma de comprometer as pessoas com a causa. A ideia é que não seja uma ação simbólica, mas que surta efeito real”, destacou.
Luzifrank também informou que a programação inclui rodas de diálogo com profissionais da rede de proteção, como professores, técnicos da saúde e assistentes sociais. “Na sexta-feira, por exemplo, vamos realizar uma ação com o pessoal do Fluxo, discutindo como o profissional deve agir ao perceber uma mudança de comportamento na criança. Essas capacitações já estão com inscrições abertas no Instagram da Secretaria, e uma delas acontecerá no Teatro Sávio Barão, o que marca também uma ampliação do espaço da campanha.”




Outro destaque da programação é a grande caminhada prevista para o dia 16 de maio, que percorrerá as principais ruas do Centro de Picos. “Será um momento forte de mobilização, com a participação de outras secretarias e instituições como a Secretaria de Trânsito, de Educação, de Saúde, o Conselho Tutelar, a Universidade Federal, entre outros. Nosso sonho é que não existam mais casos. Mas enquanto eles existirem, precisamos combater com ações efetivas”, finalizou o secretário.

A coordenadora do CREAS, Daniela Leal, reforçou a preocupação com a subnotificação dos casos. “A realidade é dura. A maioria dos abusadores está no próprio ambiente familiar, o que impede as vítimas de denunciarem. Muitas vezes, as pessoas sabem, desconfiam, mas têm medo de se envolver. É por isso que estamos nas ruas, mostrando que essas crianças não estão sozinhas. Temos o Disque 100, que é anônimo, mas também temos o CREAS, o Conselho Tutelar, a Polícia Civil. Todos nós estamos prontos para acolher e verificar cada denúncia”, afirmou.

Daniela explicou ainda que a campanha foi pensada para ir além das redes sociais e alcançar diretamente quem mais precisa: pais, responsáveis e vítimas. “Antes mesmo de começarmos com a divulgação oficial, casos já estavam chegando até nós. Isso mostra que ações como essa funcionam, dão visibilidade e fazem a diferença”, completou.

Já o conselheiro tutelar Jenilson Oliveira destacou o papel essencial do Conselho Tutelar no enfrentamento da violência sexual infantojuvenil. “Essa é uma das principais portas de entrada das denúncias e também de proteção aos direitos da criança e do adolescente. O Conselho participa desde o planejamento até a execução de todas as ações do Maio Laranja”, afirmou.
Segundo ele, o Conselho Tutelar é o órgão que faz o primeiro acolhimento das vítimas e encaminha os casos aos demais serviços de proteção e responsabilização. “Só em 2025, até agora, já registramos nove casos. E esse número tende a crescer durante e após a campanha, porque mais pessoas tomam conhecimento dos seus direitos e de onde procurar ajuda. Nosso trabalho acontece o ano inteiro, mas o Maio Laranja é um momento estratégico para reforçar esse compromisso com a proteção da infância e adolescência”, concluiu.
A Campanha Maio Laranja em Picos segue até o fim do mês com ações educativas, mobilizações públicas e capacitações, reforçando o compromisso da rede de proteção com o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
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