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2 de maio de 2024
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Jovens, pretos, pardos e sem antecedentes criminais; veja novo perfil dos presos no Piauí

Presídio no Piauí - Foto: Sejus

Pardos, pretos, jovens, sem antecedentes criminais e com ensino fundamental incompleto. É o que revela o mais novo censo carcerário do Piauí realizado pela Secretaria Estadual de Justiça (Sejus). De acordo com a pesquisa, 83% dos presos se autodeclaram pardos e pretos e 51,2% são primários, ou seja, primeira vez que entram no sistema prisional.

O perfil dos presos foi apresentado durante reunião no Ministério Público Estadual para os gestores e agentes que trabalham no sistema prisional do estado.

Segundo o levantamento, nas 17 unidades prisionais do estado abrigam 6.592 presos em celas superlotadas, já que existem somente 3.100 vagas.

Veja os principais dados:

51,2% dos presos são primários
48,8% são reincidentes
45% são presos provisórios

Assistência jurídica

43,1% são assistidos pela Defensoria Pública
14,3% não têm qualquer assessoria jurídica

Principais crimes:

37,1% roubos
21,1% tráfico de drogas
19,1% homicídios

83% se autodeclaram pretos e pardos

Renda 

71,7% dos internos têm renda de 1 salário mínimo (R$ 1.412)
20,5% têm renda de um a dois salários mínimos

Educação

56,1% têm ensino fundamental incompleto
7,8% se declaram analfabetos
19,5% não sabem ler e escrever
10,2% dos presos têm educação formal

Remissão de pena

81,5% não tem remissão pelo trabalho
11,3% tem remissão
10,2% remissão pela educação
3,7% por curso profissionalizante

Remissão – benefício dado ao preso, seja ele provisório ou condenado, de que a cada três dias trabalhados, será remido um dia de pena.

Um dado que também chama atenção é que a maioria da população carcerária é na faixa de 25 anos a 45 anos. No entanto, ao perguntar quando ele cometeu o delito, já muda a faixa que vai de 18 anos a 24 anos.

O diretor jurídico da Sejus, Heitor Bezerra, disse que o perfil é importante para saber o censo criminológico e social ajudando as instituições na tomada de decisões.

“O perfil ajuda no direcionamento de ações como na área de educação, para avaliar risco e ter decisões fundamentadas. Para que possamos classificar os presos e ajudar até na hora de reforçar a segurança nas unidades que têm a maior quantidade, por exemplo, de homicidas”.

Superlotação

O Piauí, que teve a fuga de 17 presos, é o estado com maior déficit de vagas em presídios do País, segundo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O diretor da Sejus disse que para tentar resolver o problema da superlotação o governo trabalha com a construção de novas unidades e reforma das existentes. Segundo ele, está previsto a construção de um novo presídio em Buriti dos Lopes e reformas de unidades no interior do estado.

Por Yala Sena / CidadeVerde

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