Preso em flagrante na quinta-feira (3), o irmão do goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes das Dores de Souza, pediu o número do telefone da vítima e chegou a prometer-lhe um emprego em um supermercado de Teresina após o estupro cometido na última quarta-feira (2). As revelações constam no depoimento da adolescente de 17 anos violentada em um terreno baldio do bairro Satélite, na zona Leste da capital.
Em depoimento à Polícia Civil, a vítima relatou ter sido abordada por Rodrigo na rua Deolindo Moura. Segundo ela, o acusado conduzia uma moto preta e vestia calça jeans e camisa preta. Inicialmente, o irmão do ex-goleiro Bruno perguntou se ela conhecia alguma mulher na redondeza que tinha uma filha surda e muda. Em seguida, ele anunciou assalto e exigiu o celular da adolescente.
Ainda de acordo com o relatado no depoimento, simulando carregar uma arma na cintura, Rodrigo obrigou a vítima a subir na moto. Com a adolescente na garupa, o acusado dirigiu até um terreno baldio, onde a forçou a fazer sexo de diversas formas. Durante o ato, o irmão de Bruno xingou a garota de diversos nomes e chegou a perguntar se ela fazia programa.
Após o ato, segundo a versão da vítima, Rodrigo exigiu que a adolescente colocasse seu número de telefone no celular dele. Em seguida, ofereceu à vítima uma emprego como menor aprendiz em uma rede de supermercados de Teresina. Depois, ameaçou a garota de morte caso ela denunciasse o abuso à Polícia e ainda alegou que “não tinha feito nada de mais” com ela.
Depois do estupro, do pedido, da oferta e da ameaça, Rodrigo teria deixado a adolescente no mesmo local onde ela foi abordada e feito a seguinte recomendação: “Não olha para trás e faz de conta que nós somos amigos e que eu te dei uma carona”. Deixada na rua próximo à sua casa, a vítima relatou que ficou chorando até ser socorrida por uma amiga. Levada para casa, ela contou que foi violentada para a mãe, um irmão e uma cunhada, que acionaram a Polícia Militar e a conduziram ao 11º Distrito Policial.
Olhos azuis e cicatriz ajudaram vítima a reconhecer irmão de Bruno
Conduzida ao 11º DP, a adolescente citou as características físicas do estuprador e fez seu reconhecimento fotográfico. Os olhos azuis e a cicatriz quase no meio da testa, segundo a vítima, facilitaram o reconhecimento. Em seguida, a garota foi encaminhada para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
A descrição da adolescente, inclusive, auxiliou na prisão de Rodrigo. Detido pela Polícia Militar na Rodoviária de Timon, com ele foi apreendido o telefone celular, o relógio marrom, a calça jeans e a camisa preta citados no depoimento da vítima.
Prisão preventiva decretada e outros estupros
Acusado de pelo menos outros seis estupros em Teresina, Rodrigo teve a prisão preventiva decretada na tarde desta sexta-feira (4). A decisão foi tomada pelo juiz Francisco Damasceno, que encaminhou o acusado para a Casa de Custódia. Sem advogado, ele será assistido por um defensor público. Em entrevista para a TV Cidade Verde no dia da prisão, ele negou as acusações.
Foto: Wilson Filho/Cidade Verde
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Acusado e inocentado
Não é a primeira vez que Rodrigo é acusado de estupro em Teresina. Em outubro do ano passado, foi inocentado da acusação de estupro a uma jovem de 18 anos supostamente ocorrido em 2013. Na oportunidade, ele chegou a passar oito meses preso e outros sete em liberdade. A sentença, o juiz alegou falta de provas.
Em 2010, Rodrigo foi acusado de ser o autor de outro estupro, dessa vez da ex-companheira. O crime teria acontecido em Peritoró, no Maranhão. Ele também foi absolvido.
Família problemática
Rodrigo Fernandes das Dores de Souza é irmão do ex-goleiro Bruno, do Flamengo (RJ), condenado a 22 anos e três meses de prisão por assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e também por sequestro e cárcere privado do próprio filho, Bruninho.
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Na época do desaparecimento, ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido de Bruno, com quem teve um caso. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade da criança.
Fonte: Flávio Meireles / Cidade Verde
