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2 de maio de 2024
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Dossiê revela que 80% dos assassinatos de travestis e transexuais são mulheres trans negras

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

A pesquisadora do Rio de Janeiro, Bruna Benevides, integrante da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) vai detalhar neste sábado (13), durante encontro nacional em Teresina, os dados sobre a violência transfóbica no Brasil. De acordo com o levantamento 80% dos assassinatos desses gêneros são mulheres trans negras. 

Bruna Benevides participa do 1º Encontro Nacional de Parlamentares Trans Negras e Negros que acontece no Real Palace Hotel até domingo (14).

Segundo o Dossiê: assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras 155 pessoas trans morreram ano passado. De acordo com o levantamento, a estimativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos.

“O perfil prioritário para o assassinato é de mulheres trans, travesti, negra, jovem e é uma preocupação urgente. Temos uma baixa estimativa de vida, que a gente na Antra, vem trabalhando com o número estimado de 35 anos, que vai variar, mas temos uma média de mulheres assassinadas aos 29 anos”.

A pesquisadora ressaltou que existe uma omissão dos governos em levantar dados confiáveis para ajudar nas políticas públicas. “Quando a Antra produz seu relatório e traz que 155 pessoas trans morreram em 2023, quando a gente vê os dados da Segurança Pública, muitas vezes, não chegam a um terço do nosso levantamento, então tem alguma coisa errada nesse processo”.

Segundo ela, o genocídio da juventude negra no Brasil e muito presente.

“A violência é um dos temas centrais da luta trans, da luta LGBTQIA+, como um todo. Quando a gente vai falar de violência, não dá pra focar apenas em uma. Então, eu vou tentar trazer um aspecto amplo que vai desde a violência política de gênero, que alcança as nossas parlamentares, ao transfeminicídio, violência doméstica, enfim, violência intrafamiliar, essa violência do social, cotidiana que alcança a nossa comunidade”, disse.

Bruna ressaltou ainda a importância de adotar políticas públicas.

“A minha palestra vai ser nesse sentido, de que enquanto não tivermos políticas efetivas para enfrentar a violência, a gente não vai avancar”, disse.

Aumento de 10% nos assassinatos 

O dossiê mostra também que aumentou em 10% os assassinatos as pessoas trans, comparando 2023 com 2022.

“O aumento de mais de 10% no número de assassinatos da população trans é muito preocupante, visto que, para a população em geral, os índices de assassinatos diminuíram. Então, tem alguma coisa acontecendo que não alcançou ainda esse processo de assassinato contra a comunidade trans”.

Por Yala Sena / CidadeVerde

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