24.9 C
Jacobina do Piauí
4 de maio de 2024
Cidades em Foco
GeralPolícia

Apontado como um dos mandantes na morte de empresário em SRN não vai a júri popular

O juiz Carlos Alberto Bezerra Chagas, 1ª Vara da Comarca de São Raimundo Nonato, decidiu retirar da denúncia Luiz Ferreira dos Santos Neto, que é apontado pela acusação como um dos mandantes do assassinato do empresário João Rodrigues Dias Neto, marido da secretária municipal de Assistência Social de São Raimundo Nonato, a 522 km de Teresina. O empresário foi morto na frente das filhas no dia 13 de setembro de 2022. Com a decisão ele não será mais julgado pelo crime no Tribunal do Júri.

Em dezembro do ano passado, o juiz Carlos Alberto pronunciou sete pessoas pelo assassinato do empresário, sendo quatro irmãos: Paulo Ferreira Pereira, Patrícia Ferreira Pereira e Luiz Ferreira dos Santos Neto pelo planejamento do assassinato. Além de Juniel Assis Paes Landim, que foi o executor do crime, Juliermes Braga Paz Landim, que é amigo de Paulo, Mauro Viana de Almeida, que é casado com Patrícia, e Roniglesias dos Santos Silva.

Na nova decisão o juiz alegou que em relação a Luiz Ferreira existia apenas uma prova, que seria a declaração de Gerson Nascimento de Lima que apontou o envolvimento de Luiz no crime como o responsável pelo pagamento da execução. Para o juiz, essa não seria prova suficiente para que o acusado fosse julgado. Ele destacou ainda que Luiz Ferreira não foi indiciado pela polícia.

“A própria autoridade policial que presidiu as investigações criminais não indiciou o acusado Luiz Ferreira dos Santos Neto, declarando, inclusive, em seu depoimento que a pessoa de Gerson não teria envolvimento com o crime em tela. Esta circunstância, a meu modo de ver, torna extremamente temerário submeter o réu a julgamento por um fato que teria sido executado por terceiro, com o qual não consta nenhuma ligação. Os autos em mesa, portanto, carecem de indícios suficientes de autoria e/ou participação do réu Luiz Ferreira dos Santos Neto, que, assim, deve ser impronunciado”, afirmou o juiz.

Ele manteve o julgamento pelo Tribunal do Júri dos três irmãos de Luiz e dos demais denunciados. O juiz ainda substituiu a prisão preventiva de Juliermes Braga por medidas cautelares.

Família contesta decisão 

Ao Cidadeverde.com o advogado Cícero Batista que representa Valdênia Assis Costa, esposa do empresário João Rodrigues que foi assassinado, afirmou que a decisão foi injusta e que foram surpreendidos com o posicionamento do juiz.

“A Valdênia viu a decisão de forma preocupante e injusta, considerando todas as provas processuais, desde a delegacia, a da Justiça, onde ele foi pronunciado, teve os embargos e foi mantida a pronúncia dele como um dos autores intelectuais. Fomos surpreendidos com essa decisão da impronúncia”, afirmou.

Cícero Batista destacou que existem várias provas sobre a participação de Luiz Ferreira no crime e explicou que para ir a julgamento pelo Tribunal do Júri, basta haver indícios de autoria.

“As provas coletadas no processo são firmes que ele e Paulo são mandantes no crime, que pensaram e estruturaram para cometer. O Luiz teve papel fundamental, e por ser comerciante seria o garantidor desse pagamento. Uma das testemunhas, o Gerson afirmou que foi procurado no dia anterior ao crime pelo valor de R$ 10 mil e que não aceitou, e ele deixou claro que quem pagaria era o Luiz. Nessa primeira fase precisa haver apenas indícios e na segunda fase é o júri que vai decidir, mas nessa primeira decisão de impronúncia ocorreu o inverso”, explicou.

O advogado informou que irá se reunir com os membros do Ministério Público para discutir a decisão e que pretendem recorrer da impronúncia de Luiz Ferreira.

A denúncia

O Ministério Público apresentou denúncia contra os acusados pelo crime ocorrido no dia 13 de setembro deste ano, no bairro Aldeia em São Raimundo Nonato.

Segundo a denúncia, Juniel Assis foi contratado pelos irmãos Paulo Ferreira Pereira, Patrícia Ferreira Pereira e Luiz Ferreira dos Santos Neto para matar o empresário João Rodrigues, porque acreditavam que ele seria o responsável pela morte do pai deles em um acidente ocorrido em junho deste ano.

O pai dos acusados, Pedro Pereira Neto, estava conduzindo uma motocicleta quando colidiu o veículo em um animal que estava na BR-020. O empresário estava logo atrás em seu carro e acabou passando pelo corpo do homem. Um dos filhos do suspeito também seguia na mesma rodovia e presenciou o acidente.

Uma perícia foi realizada e apontou que João Rodrigues não teve culpa no acidente, e que o pai dos acusados morreu devido à colisão com o animal, mas os filhos da vítima não teriam aceitado o resultado e teriam contratado Juniel Assis pelo valor de R$ 10 mil, para que o empresário fosse morto na frente das filhas.

Consta na denúncia que após o assassinato, no dia 13 de setembro, Juniel fugiu em um veículo onde estavam Roniglesias dos Santos Silva e Paulo Ferreira. Depois eles foram para o depósito de bebidas, onde Paulo era o dono. Juniel teria entregado a arma do crime para Juliermes Braga Paes Landim e ainda recebeu dele R$ 1.500, como parte do pagamento pela execução.

Já Mauro Viana de Almeida, que é casado com a denunciada Patrícia Ferreira, sabia do crime e teria determinado a ocultação da arma, segundo a denúncia.

Vão ser julgados:

  • Paulo Ferreira Pereira – filho do idoso e suspeito de ser o mandante do crime e preso no dia 20 de setembro;

Foto de Paulo Pereira enviada ao portal e confirmada pela Polícia

  • Juniel Assis Paes Landim – suspeito de ser o executor do crime e  preso no dia 15 de setembro;

  • Juliermes Braga Paes Landim– amigo de Paulo, que teria guardado a arma de fogo usada no crime e presenciado todo o planejamento do assassinato;
  • Patrícia Ferreira Pereira – filha do idoso, irmã de Paulo Ferreira, apontado como o mandante do crime, que teria ajudado a planejar;
  • Mauro Viana de Almeida –  marido de Precília e cunhado de Paulo, que é suspeito de saber do plano para matar o empresário e participar do pagamento;
  • Ronigleisias dos Santos Silva – mototaxista, fazia alguns trabalhos para Paulo, e é apontado como o responsável por ceder o carro usado na logística de fuga que levou Juniel, o executor, a São Lourenço do Piauí. Ele também teria cedido seu veículo para fazer o levantamento da rotina da vítima;

Fonte: Bárbara Rodrigues / CidadeVerde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais