O governo dos Estados Unidos decidiu excluir smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos das tarifas extras anunciadas no contexto das chamadas “tarifas recíprocas” do ex-presidente Donald Trump. A mudança foi oficializada nesta sexta-feira (12) por meio de um comunicado da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês), responsável pela aplicação da nova política tarifária.
A medida revoga, de forma específica, a tarifa de 125% que havia sido imposta a mais de 300 categorias de produtos importados. Agora, cerca de 20 categorias foram retiradas da lista, entre elas dispositivos semicondutores, unidades de disco, painéis de tela plana e, principalmente, smartphones e notebooks, dois dos itens com maior volume de importação.
A isenção vale de forma retroativa a partir de 5 de abril e não anula o restante das tarifas. Ou seja, a nova política de reciprocidade que impõe sobretaxas contra países que praticam alíquotas maiores que as dos EUA continua em vigor, mas com exceções pontuais que atingem diretamente a cadeia da tecnologia de consumo.
Embora o governo norte-americano não tenha apresentado justificativas detalhadas, a decisão é interpretada por analistas como um recuo estratégico. Empresas do setor tecnológico vinham alertando para o impacto direto da medida nos preços finais ao consumidor, além de possíveis perdas na competitividade de empresas norte-americanas, muitas das quais dependem de cadeias globais de produção.
A política tarifária de reciprocidade havia sido retomada por Trump com a justificativa de proteger a indústria nacional contra práticas consideradas desleais por parte de outros países, especialmente a China. No entanto, ao incluir itens como smartphones e laptops, a medida encontrou resistência dentro do próprio setor privado.
A alteração atual sinaliza que, mesmo dentro de uma política mais protecionista, há um esforço do governo para calibrar os efeitos da tarifação sobre o consumo interno principalmente em um momento de sensibilidade econômica e com a aproximação das eleições presidenciais.
Com informações da Agência Brasil