Aconteceu, na manhã desta quarta-feira (23), na sede da Delegacia Regional de Picos, a inauguração da Sala Lilás, que é um projeto conjunto entre o Ministério Público do Piauí, através da 8ª Promotoria de Picos, com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – Deam.
Estiveram presentes o Procurador de Justiça do Ministério Público, Cleandro Alves de Moura; Delegado Geral da PC-PI, Rodrigo Morais; Chefe de Gabinete do Procurador Geral de Justiça, Cláudia Seabra; Romana Leite Vieira, promotora na 8ª Promotoria de Picos; Antônio César Barbosa, 3ª Promotoria de Picos; Paulo Maurício, da 7ª Promotoria de Picos; Karine Araruna Xavier, promotora de Justiça de Jaicós, Talita Bezerra, promotora em Simões; Petrônio Henrique Cavalcante, delegado no 1º Distrito de Picos; Ana Patrícia Rufino, 2º Distrito; Jônatas Brasil, delegado plantonista de Picos; Agenor Lima Jr., delegado na Delegacia de Homicídios, Tráfico de Drogas e Latrocínio; Maria Robiane Nunes, Delegada da Mulher; além dos servidores do Ministério Público e da Delegacia de Picos.
Pioneira no Piauí e também em toda a região Nordeste, visto que o estado do Rio Grande do Sul é o único a utilizar o método, a Sala Lilás de Picos é um projeto-piloto no Estado que visa tirar qualquer constrangimento que a mulher vítima de violência doméstica, e também as crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, tenham em denunciar seus agressores.
Mesmo estando no mesmo prédio da Delegacia Regional, o acesso à sala é diferente do que é usado pelas demais pessoas, evitando assim que as vítimas passem pelo constrangimento de serem reconhecidas e expostas.
O projeto é uma proposta criada pelo Ministério Público e abraçada pela Deam. A promotora Romana Vieira, da 8ª Promotoria de Picos, explicou o objetivo da Sala Lilás.
“O objetivo desse projeto é trazer um atendimento mais humanizado às vítimas. Como se pode observar, o acesso à vítima é exclusivo, então ela não terá contato com o agressor e nem com outras pessoas. Nessa sala ela receberá um atendimento especializado com a delegada e com uma agente da polícia civil que tem formação em psicologia. Então ela [a vítima] vai ser ouvida e entendida em suas necessidades. A gente não vai deixar de punir o agressor, mas precisamos saber o que a vítima precisa para superar esse ciclo de violência. Estamos iniciando agora, mas a intenção é expandirmos para outras comarcas”, falou ela.
Romana Vieira disse ainda que o número de casos de violência doméstica cresceu muito com a pandemia, mas ainda não é possível identificar se os casos que aumentaram ou as vítimas perderam o medo de denunciarem.
“Depois da pandemia a violência aumentou. A gente tenta dar vazão ao máximo aos processos de violência doméstica, principalmente às medidas protetivas, cujo objetivo é resguardar a integridade da vítima. Do ano passado, na prática, pudemos perceber o aumento no número de casos. Não é possível saber se foram os casos que aumentaram ou as vítimas que estão se sentindo mais seguras em denunciar, mas houve esse acréscimo”, destacou.
No projeto da Sala Lilás, a Polícia Civil está entrando com os recursos humanos e a Promotoria com a reforma do espaço e móveis.
A delegada da Mulher, Robiane Nunes, pontuou a preparação da equipe para receber as vítimas, tendo, inclusive, uma agente civil psicóloga.
“A vítima de violência doméstica, via de regra, está em um momento psicológico delicado, abalado. O objetivo dessa sala é para que quando ela decidir procurar ajuda e tiver esse primeiro contato com as autoridades, o momento seja mais tranquilo. Colocamos uma pessoa capacitada em psicologia para que tenha a expertise em atender bem a vítima”, declarou.
A sala leva o nome do escrivão de Polícia Civil Abelardo Oliveira, falecido no dia 11 de janeiro, na BR-020, vítima de acidente de trânsito, quando este colidiu frontalmente com um ônibus da Itapemirim.
“O Abelardo serviu sua vida inteira à Polícia Civil de Picos, dedicando sua vida e trabalhando muito. Então foi uma perda para a polícia e por isso a homenagem”, disse a delegada Robiane.
A esposa do agente de Polícia Civil de Picos, Abelardo Oliveira, e suas duas filhas, Brena Dayane e Bruna Sayane, marcaram presença na inauguração da Sala Lilás.
“Nós ficamos felizes com o convite para estarmos nesse momento e mais ainda pela homenagem a nosso pai, com um projeto que é pioneiro no Estado. Estamos muito gratos à Polícia Civil pelo apoio que ainda prestam à nossa família. Essa é uma prova da dedicação que meu pai teve para com a delegacia”, falou.



























































