O sertanejo piauiense está em festa com a valorização do “ouro da roça”. Esse é o nome que estão dando ao mel, produzido principalmente na região sudeste do Estado, e reconhecidamente de boa qualidade. O produto está ganhando espaço nos mercados mais exigentes do mundo. Distribuído para várias cidades do país e exportado para os Estados Unidos e Europa, o Piauí consegue ser até agente regulador do preço do mel, que anda bastante valorizado com a alta do dólar.
O Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí, é parceiro dos produtores e trabalha com a parte da gestão e organização, de acordo com Geórgia Pádua, gerente de Agronegócio do Sebrae no Piauí. “Se o município tem alguma aptidão a gente vai lá, analisa e elabora um projeto para trabalhar durante quatro anos com essa atividade. Começamos desde a base, organizando grupos em associações, cooperativas, depois passamos para a fase de gestão, comercialização. Tem cadeias como a apicultura que a gente já está há 15 anos, não saímos porque eles estão evoluindo. Então o Sebrae tem que evoluir junto om eles”.
Um dos projetos do Sebrae é o Apis Semiárido Empreendedor, que trabalha com 27 municípios produtores de mel na região de Picos e Simplício Mendes, e em cidades da região norte também. Ao todo são atendidos 675 apicultores de nível básico (até 50 colmeias) e 125 apicultores de nível intermediário (acima de 50 e até 300 colmeias) integrados a 40 associações e cinco cooperativas. Em Picos, a 314 km de Teresina, tem a Casa Apis, que recebe o mel dos produtores; enquanto na região de Simplício Mendes, cidade que fica 385 km distante da capital, tem a Comapi. Ambas são cooperativas que recebem o mel produzido e que ficam responsáveis pela comercialização.
Além de distribuir para vários estados do Brasil, Hoje o Piauí exporta mel para os Estados Unidos e para a Alemanha. As empresas americanas Wholesome Sweeteners e Lamex Food, fizeram auditoria de qualidade nas agroindústrias dos dois empreendimentos – Comapi e Casa Apis – em fevereiro deste ano e não foi identificada nenhuma não conformidade grave. O atestado de qualidade ajudou a ampliar os contratos de compra.
Apenas nos primeiros meses desse ano, a Comapi e a Casa Apis exportaram 11 contêineres carregados com 19.400 kg de mel, cada. Hoje o quilo do mel custa aproximadamente R$ 7,6. O produto é vendido em fragmentações de 25 kg, que custam R$ 190 em média, cada. “Com a alta do dólar, o valor do mel também subiu. Hoje a Casa Apis é uma agente reguladora do preço do mel vendido”, explica Geórgia Pádua.
No ano de 2014 as duas cooperativas, Casa Apis e Comapi, comercializaram juntas, aproximadamente, mais de mil toneladas de mel, gerando uma receita de quase R$ 10 milhões.
Fonte: O Olho