O Tribunal do Júri condenou, na tarde desta terça-feira (19), a 14 anos de reclusão, o jovem Quécio Dione Lima Rodrigues, pelo crime de feminicídio, ocorrido no dia 04 de outubro de 2021, na cidade de Jaicós. O réu assassinou a própria sogra com uma facada no pescoço e simulou que a vítima teria tirado a própria vida.
Quécio foi condenado pelo crime de homicídio qualificado, com agravantes de feminicídio – que é quando a mulher é assassinada por violência doméstica, ou por menosprezo à sua condição de mulher – e meio cruel – sem chance de defesa da vítima.
O julgamento do réu aconteceu no auditório do Fórum Desembargador Fernando Lopes Sobrinho, em Jaicós, e foi presidido pelo juiz titular da Comarca, Antônio Genival Pereira de Sousa.
A Defensoria Pública atuou como defesa do réu e pediu que o mesmo fosse inocentado das acusações, alegando a tese de que a vítima teria, sim, tirado a própria vida. Contudo, a tese não foi aceita pelo corpo de jurados.
O defensor Leonardo Bandeira informou que, após a decisão do corpo de jurados, entrou com recurso pedindo a anulação da sentença. O réu já estava respondendo ao crime em liberdade e seguirá em liberdade enquanto recorre à decisão judicial.
Sobre o feminicídio
Gracinilda de Oliveira Silva foi assassinada aos 34 anos com uma perfuração de arma branca no pescoço. O crime aconteceu ano de 2021, na cidade de Jaicós, por volta das 21h30, no bairro Serranópolis, onde a vítima residia.
No momento em que tudo aconteceu, somente Quécio e Gracinilda estavam na residência. Ele era namorado da filha da vítima. A polícia foi acionada para uma ocorrência de suicídio, mas os vizinhos informaram à polícia de que, momentos antes do crime acontecer, os dois envolvidos estariam brigando.
O jovem, no momento em que a polícia chegou à residência, demonstrou muito nervosismo e ainda foi levado pelo SAMU ao hospital para atendimento médico. Contudo, ele foi detido na mesma noite para apuração maior dos detalhes.
O réu chegou a colocar a faca na mão da vítima para simular o suicídio. Marcas de sangue em sua roupa, seu nervosismo, o tipo de perfuração que não indicou que a vítima teria feito em si mesma, devido à profundidade, além de outros elementos, fortaleceram a tese de que ele seria o culpado pela morte da sogra.