O anúncio de um novo pacote de empréstimos pelo Governo do Piauí reacendeu o debate sobre o endividamento do estado e as estratégias de investimento adotadas pela gestão do governador Rafael Fonteles (PT). A proposta, que envolve operações de crédito da ordem de R$ 11 bilhões, dividiu opiniões na Assembleia Legislativa: enquanto a base governista defende a medida como necessária para sustentar o ritmo de obras e investimentos, a oposição alerta para os riscos do aumento da dívida pública em um cenário de juros elevados.
O governador Rafael Fonteles saiu em defesa dos novos financiamentos, argumentando que o Piauí possui capacidade fiscal para honrar os compromissos e que os recursos serão revertidos diretamente em melhorias estruturais.
“Serão mais investimentos. Só quem consegue os financiamentos é quem tem crédito para bancar e para pagar, acelera os investimentos. Além de melhorar o perfil da dívida com taxas menores, também queremos continuar investindo mais de 15% da receita corrente líquida. São mais escolas, mais estradas, mais hospitais e melhores equipamentos”, afirmou.
Na Assembleia, o debate ganhou contornos técnicos e políticos nesta quarta-feira (30). O deputado Gustavo Neiva (Progressistas), representante da oposição, questionou o momento escolhido para a contratação de novos empréstimos.
“Primeiro temos que pontuar que o atual governo é o que mais endividou o estado do Piauí. Já foram mais de R$ 10 bilhões e com esse pacote mais R$ 11 bilhões. Esse não é o melhor momento para se ter empréstimo, estamos em um momento de taxa de juros e taxa Selic maior desde 2013. Não precisa ser economista para ver. Essa análise precisa ser criteriosa”, argumentou.
Por outro lado, o líder do governo na Alepi, deputado Dr. Vinicius Nascimento (PT), rebateu as críticas destacando que os empréstimos visam à reorganização fiscal e ao impulso responsável dos investimentos. “Quando você tem empréstimos com datas e prazos diferentes de pagamento, ao unificar, você consegue organizar melhor as contas do Estado. Além de ter uma previsibilidade maior, serão 25 anos de pagamento, com uma taxa de juros menor assim como a parcela a ser paga. Fazendo também um impulso de investimentos futuros, de forma responsável”, defendeu.
A proposta ainda será detalhada nas comissões técnicas da Assembleia antes de ir à votação no plenário. A expectativa é que o governo envie os projetos com especificações sobre as fontes dos recursos, as instituições financeiras envolvidas e o destino dos valores contratados.
Fonte: CidadeVerde