Um anúncio feito no Facebook da venda de uma motocicleta acabou se tornando transtorno e caso de polícia para uma teresinense. A vítima não quis se identificar. Servidora pública, ela conta que foi vítima de um golpe aplicado por um estelionatário na cidade de Água Branca e que ele se passava por gerente de uma loja e policial.
A vítima queria comprar uma moto e viu o anúncio da venda de uma em uma loja na cidade de Água Branca, a 99 Km de Teresina. Ela entrou em contato pelo número fornecido no anúncio e começou a conversar pelo Whatsapp com um homem que se dizia vendedor do estabelecimento. Por mensagens, ele passou detalhes do veículo e informou os valores para venda: R$ 4.600 parcelado e R$ 4 mil à vista.
Mas o pedido de adiantamento de R$ 1 mil acabou gerando dúvidas e desconfianças na vítima. “Ele me disse que agora que tinha feito a venda, ia passar para o gerente. Quando comecei a conversar com esse gerente, ele disse que faria um contrato e me pediu um valor de R$ 1 mil, porque outras pessoas estavam interessadas e para segurar a moto para mim eu tinha que passar esse valor. Eu passei via Pix os R$ 1 mil, ele fez o contrato e me enviou para que eu analisasse. Pediu meus documentos, eu passei e disse que ia até Água Branca para trazer a moto. Então ele disse para esperar um pouco e aguardar a liberação da moto”.
A vítima foi até Água Branca na loja indicada no anúncio do Facebook onde ela fez a compra da moto. Ao chegar ao local procurando pelo gerente com quem falara, um vendedor disse que não tinha ninguém com aquele nome trabalhando no estabelecimento e que não era a primeira vez que alguém procurava a loja procurando por aquela pessoa. Que se tratava de um golpe.
Suspeito de estelionato se apresentou à vítima como gerente de uma loja e policial
A vítima relata que nas conversas de Whatsapp, o estelionatário fingiu ser gerente da loja, se identificou inclusive como policial no Piauí e chegou a mostrar uma foto da identidade policial para ela. “Ele começou a conversar comigo por áudio e ligações. Eu vi que ele estava insistindo muito e aí entendi que era mesmo um golpe. Eu disse que estava na cidade e que queria ver o veículo. Ele disse que estava no Detran resolvendo burocracia da moto para me entregar até as 17h daquele dia. Eu fui até lá e o Detran estava fechado”, explica a servidora.
Ela conta ainda que o estelionatário chegou a lhe enviar uma foto em um pátio com alguns carros e motos e a foto de um notebook dizendo que estava trabalhando e resolvendo a papelada. No entanto, em momento algum ele cedeu aos pedidos dela de se encontrarem pessoalmente. Só após entender que havia de fato caído em um golpe, a vítima começou a perceber os detalhes. A foto que o golpista anunciou como estando à venda e no pátio do Detran estava, na verdade, no terraço de uma casa. Ele continuava insistindo para que a vítima prosseguisse com a transação e pagasse o restante do valor do veículo.
De volta a Teresina, a mulher registrou Boletim de Ocorrência e, por medo do que o suspeito poderia fazer com as imagens de seus documentos, ela teve que retirar o dinheiro que tinha de um banco e transferir para outro. O estelionatária, segundo ela, continuou insistindo no contato e insistindo na transferência a ponto de a vítima ter que bloqueá-lo no Whatsapp.
“Fica a sensação de medo e certamente me assusta um policial estar tendo sua identidade usada por bandidos para cometerem crimes, furtarem e roubarem os outros”, finaliza a vítima fazendo um alerta sobre os cuidados ao clicar em anúncios nas redes sociais. O ideal, ela diz, é sempre desconfiar e ficar atenta desde o primeiro contato além de procurar saber mais sobre o estabelecimento que oferece o produto ou serviço e quem está efetuando a venda.
Fonte: O Dia