Um enfermeiro de 27 anos registrou boletim de ocorrência por racismo em Teresina. Ele conta que foi discriminado ao atender uma família no posto de vacinação contra a Covid-19, na Universidade Federal do Piauí (UFPI), nesta sexta-feira (13). A agressão teria partido de uma mulher de aproximadamente 40 anos que teria afirmado que a filha, que seria dependente química, não tomaria a segunda dose da vacina aplicada por um negro.
O enfermeiro registra boletim de ocorrência na Delegacia de Direitos Humanos. A situação revoltou profissionais pela forma desrespeitosa e agressiva com que o enfermeiro foi recebido pela família da paciente.
“Chegou uma paciente que era dependente química com os pais para tomar a segunda dose da vacina. Ao chegar no posto foi constatada que a dose era para o dia 16. Os profissionais entraram em contato com a supervisora que orientou que poderia autorizar, uma vez que ela saiu para receber a vacina. Nesse ínterim, a mãe da moça já estava muito alterada quando o enfermeiro se aproximou para ajudar e ela perguntou quem era o superior. Ele disse que era ele que perguntou de volta se a pergunta tinha sido porque ele era negro. Ela respondeu que sim”, relatou uma profissional de saúde que acompanhou o enfermeiro.
Por meio de nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que repudia totalmente qualquer tipo de discriminação.
“A procuradoria jurídica da FMS orientou o envio de notícia-crime à Delegacia de Direitos Humanos. O servidor terá todo suporte jurídico por parte da instituição, que dará ciência ao Ministério Público para as providências legais cabíveis na área criminal. A FMS ressalta que racismo é crime inafiançável tipificado na Lei 7.716 de janeiro/1989 e que punível por reclusão”, informou a nota.
O presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, ressalta que a instituição fornecerá todo suporte necessário ao servidor.
Fonte: CidadeVerde