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18 de abril de 2025
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Desigualdade salarial entre homens e mulheres recua no Piauí e é a 4ª menor do país, aponta relatório

Carteira de Trabalho — Foto: Divulgação Seteq

Dados do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgados pelo Governo Federal, revelam que a desigualdade salarial entre homens e mulheres diminuiu no Piauí. Desde a última edição da pesquisa, em setembro de 2024, a diferença caiu 2,61%. Em 2024, os homens ganhavam 12,65% a mais que as mulheres; hoje, essa defasagem é de 10,04%.

De acordo com o relatório, a média salarial das mulheres no estado é de R$ 2.542,32, enquanto os homens recebem, em média, R$ 2.826,00. No cenário nacional, a disparidade ainda é significativa: 20,87%, com um leve aumento de 0,18% em relação ao levantamento anterior.

Desigualdade racial permanece elevada

O fator racial continua sendo um dos maiores desafios no diagnóstico nacional. Em todo o Brasil, mulheres negras recebem, em média, R$ 2.864,39, enquanto mulheres não negras têm rendimento médio de R$ 4.661,06 — uma diferença de 38%.

No Piauí, essa desigualdade também é expressiva. Mulheres negras ganham, em média, R$ 2.383,22, enquanto mulheres não negras recebem R$ 3.299,84, o que representa uma defasagem de 27,8%.

Participação de mulheres negras cresce no mercado

Apesar das disparidades, o relatório apresenta avanços importantes. Houve um crescimento de 18,2% na participação de mulheres negras no mercado de trabalho: o número saltou de 3,2 milhões para 3,8 milhões de trabalhadoras negras empregadas.

Além disso, o número de estabelecimentos com no máximo 10% de mulheres negras caiu de 21.680 em 2023 para 20.452 em 2024 — uma queda relevante. Também houve aumento na quantidade de empresas onde a diferença salarial entre homens e mulheres é de até 5%, tanto nos rendimentos médios quanto medianos.

Massa salarial das mulheres ainda é menor

Entre 2015 e 2024, a participação das mulheres na massa de todos os rendimentos do trabalho passou de 35,7% para 37,4%. Para a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, a relativa estabilidade se deve às remunerações mais baixas das mulheres:

“Essa relativa estabilidade decorre das remunerações menores das mulheres, uma vez que o número delas no mercado de trabalho é crescente”, explicou Montagner.

Em termos absolutos, o número de mulheres ocupadas cresceu de 38,8 milhões, em 2015, para 44,8 milhões em 2024 — um aumento de 6 milhões. Já entre os homens, o crescimento foi de 5,5 milhões, passando de 53,5 milhões para 59 milhões no mesmo período.

Mulheres ainda recebem menos em cargos de liderança

O relatório também mostra desigualdade significativa entre os profissionais mais qualificados. Mulheres que atuam como diretoras e gerentes recebem apenas 73,2% do salário dos homens nessas mesmas funções. Já em ocupações de nível superior, a remuneração feminina equivale a 68,5% da masculina. No setor de serviços administrativos, elas recebem 79,8% dos salários dos homens.

Piauí tem uma das menores desigualdades do Brasil

Entre as unidades da Federação, o Piauí está entre os estados com menores índices de desigualdade salarial entre homens e mulheres. A diferença no estado é de 10,04%, atrás apenas de:

  • Pernambuco (9,14%)
  • Acre (9,86%)
  • Distrito Federal (9,97%)
  • Ceará (10,21%)
  • Alagoas (11,08%)

Por outro lado, os maiores índices de desigualdade salarial estão nos estados de:

  • Paraná (28,54%)
  • Espírito Santo (28,53%)
  • Santa Catarina (27,96%)
  • Rio de Janeiro (27,82%)

Fonte: Ascom

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