33.3 C
Jacobina do Piauí
28 de junho de 2025
Cidades em Foco
GeralNordeste em FocoPiauí

Deputado Jadyel Alencar pode ser expulso do PV por votar contra prisão de Brazão

Deputado Federal Jadyel da Jupi

O deputado federal Jadyel Alencar pode ser expulso do Partido Verde (PV) por conta do voto contrário à prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, suspeito da morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes em 2018. Da bancada piauiense, Jadyel foi o único que votou não à manutenção da prisão.

A sigla emitiu uma nota nesta quinta-feira (11) dizendo que os votos de Jadyel Alencar e de Luciano Amaral, de Alagoas, que também votou pela soltura de Brazão, “não comungam com os valores da legenda”. A sigla disse que a executiva nacional solicitou a abertura de processos administrativos para a expulsão dos dois do partido.

O PV informou que, tanto Jadyel como Luciano, haviam solicitado anuência para deixar o partido, o que foi permitido por meio de uma carta de anuência autorizada pela sigla. Dessa forma, os dois poderiam mudar de partido sem a perda do mandato. No entanto, ambos não deixaram a sigla e, de acordo com a legenda, os votos da sessão desta quarta (10) “ferem o Estatuto, os valores e a ética do Partido Verde” (Veja posicionamento do partido na íntegra).

O deputado Jadyel Alencar publicou um vídeo nas redes sociais justificando o voto contra a prisão de Brazão. Para o parlamentar, a forma como a prisão de Brazão foi conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não foi de “maneira legal”.  O deputado entende que não se configurou, no caso da prisão do deputado, uma prisão em flagrante, que é o que prevê a constituição para casos envolvendo parlamentares no exercício do mandato.

“O deputado Jadyel Alencar jamais votou contra a punição, contra a prisão do que aconteceu com a vereadora Marielle Franco. Eu votei contra o que fizeram com a Constituição Brasileira, a maneira que o STF, com todo o respeito que tenho à instituição, conduziu a prisão do deputado federal Brazão. Ele deveria ser preso, deve ser julgado, condenado, no dia que o processo de cassação chegar nessa casa, irei votar pela cassação dele, sou a favor da prisão, mas de maneira legal, não rasgando a Constituição Brasileira e passando por cima dela como foi feito”, disse.

Veja nota do PV na íntegra

A Executiva Nacional do Partido Verde, representada nesta manifestação por ampla maioria de seus membros, solicita abertura de processo administrativo disciplinar para expulsão dos deputados federais Jadyel Alencar e Luciano Amaral.

Eleitos em 2022 pela legenda, os parlamentares infringem por meio do voto pela soltura do deputado federal Chiquinhos Brazão, artigos previstos no Regimento Partidário. A conduta dos parlamentares, ao votar contra orientação da Federação Brasil da Esperança, causa espanto e não representa os valores desta legenda.

Muito embora os dois parlamentares possuam carta de anuência para saída do partido, as condutas deflagradas na última quarta-feira (10) ferem o Estatuto, os valores e especialmente a ética do Partido Verde ao defender a liberação de um parlamentar acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson, extermínio que chocou todo o Brasil e que fere a democracia brasileira.

Ainda de acordo com a carta maior da sigla, o parlamentar que se opuser, por atitude ou voto às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo Partido terá suspenso, temporariamente, o direito a voto nas reuniões dos Órgãos partidários, bem como pode sofrer sanções. A manifestação do Conselho de Ética, dada ainda a gravidade do ocaso, pode ainda ser substituída e dispensada pela decisão deste colegiado, ressalvando a manifestação da defesa.

Ambos os deputados solicitaram a saída da legenda, no entanto não formalizaram o desembarque, ocasionando quebra de confiança e afronta aos valores da sigla por meio de suas votações em plenário. Resta ainda salientar que não é a primeira conduta inadequada, de descumprimento de orientação de voto, como a conduta também registrada quando da votação do Marco Temporal, em contrariedade com a premissa de salvaguarda dos povos originários.

Por fim, esta Executiva pede que sejam instaurados os processos administrativos e disciplinares, que se desconsidere a anuência – uma vez não foi efetivada em tempo razoável, e que sejam adotadas as medidas de expulsão dos respectivos deputados.

Por Roberto Araujo / CidadeVerde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais