O delegado da Delegacia de Homicídios de Petrolina, Gabriel Sapucaia, detalhou durante entrevista ao Notícia da Manhã desta quarta-feira (25) a morte do empresário piauiense Erlan Oliveira, de 27 anos. O jovem foi brutalmente espancado em um bar na madrugada da última sexta-feira (20), em Petrolina, no estado de Pernambuco.
Durante a apuração do caso, os investigadores identificaram que a vítima teve um desentendimento com um motorista de aplicativo ainda antes de chegar ao bar.
“O Erlan havia chegado nas proximidades desse bar por volta das 4h, 4h30 da manhã e, antes de ingressar nesse estabelecimento, houve um princípio de confusão. Ele havia se metido em uma briga com um motorista de aplicativo que estava chegando nas proximidades. Ele teria pego o carro de aplicativo no local da festa de São João para esse bar e, durante esse trajeto, ele teve esse princípio de confusão em que houveram agressões recíprocas”, explicou.
As investigações também apontam que, já no local do crime, Erlan teria corrido em direção a um grupo de pessoas que ouvia som automotivo em dois carros estacionados. Ele então fecha o porta-malas de um dos veículos e entra no carro, momento em que as agressões são iniciadas.
“Ele saiu em direção a esse bar e tudo isso está documentado em inquérito, tem imagens. Nós estamos apurando ainda todos os detalhes, mas essas duas informações são importantes. Ele vem correndo em direção a essas pessoas que estavam ouvindo um som automotivo, eram dois carros estacionados, um estava com o porta-malas aberto, com o som, e nesse exato momento ele chega, fecha o porta-malas do carro que estava tocando o som e entra no banco do motorista como se fosse partir com o veículo. E, nesse exato momento, algum dos imputados já se aproxima do veículo e começa as agressões”, acrescentou.
De acordo com o delegado, o ataque contra Erlan envolveu diversas pessoas e foi registrado em imagens e confirmado por testemunhas. Ainda segundo ele, além dos homens, duas mulheres também participaram diretamente das agressões físicas contra a vítima.
“Um deles já aplica uma gravata no Erlan ainda quando ele estava dentro do veículo, momento em que os outros começam a se aproximar e efetuar também as agressões. Um dá um murro, outro dá diversos socos, uma quarta pessoa que a gente está tentando identificar efetua socos contra o Erlan. E, nesse momento, as mulheres, as duas imputadas, estão no entorno da confusão e, pelas provas testemunhais, elas também desferiram golpes em desfavor de Erlan. No momento em que, tomando murros dessas pessoas, ele acaba caindo ao chão, essas pessoas continuam desferindo golpes. Então apuramos tudo isso tanto pelas imagens como por essas provas testemunhais que corroboram toda essa dinâmica do crime”, ressaltou.
A Polícia Civil de Pernambuco confirmou que ao menos seis pessoas participaram da ação criminosa. Três delas foram presas temporariamente na última segunda-feira (23), duas continuam foragidas e uma sexta pessoa ainda está sendo identificada pela equipe de investigação.
“São cinco imputados representados, mas a gente tem pelo menos a participação de seis pessoas. Tem uma pessoa que está sendo identificada ainda pela polícia. Essa semana ainda nós vamos finalizar essa identificação. Pretendemos representar pela prisão desse sexto elemento. As duas pessoas que se encontram atualmente foragidas ainda não entraram em contato, e a intenção da polícia é que, nos próximos dias, a gente consiga efetuar essas duas prisões”, disse o delegado.
Durante os interrogatórios realizados após as prisões, um dos suspeitos negou participação direta nas agressões e os outros optaram por não responder às perguntas da polícia.
“A gente tem duas oportunidades: temos o momento das investigações, em que foram coletadas as imagens e as provas testemunhais que ali estavam, e nós temos a segunda fase, que é após as prisões — o momento oportuno do interrogatório dos imputados. Então, deixar bem claro: nós apuramos imagens e testemunhas, as quais informaram que as três pessoas presas neste momento atuaram no momento das agressões em desfavor do Erlan. Em que pese, em seus interrogatórios, elas negaram tal atividade, tal conduta. Uma delas diz que estava no presente local, mas que não teria agredido o Erlan, e as outras duas preferiram se reservar o direito de permanecer em silêncio”, finalizou o delegado.
O crime
O empresário piauiense Erlan Oliveira sofreu morte encefálica após ser agredido em um bar na madrugada desta sexta-feira (20), na cidade de Petrolina, em Pernambuco.
O empresário saiu da festa de São João do município e se dirigiu a um bar. No local, ele teria se envolvido em uma discussão e foi espancado por um grupo de pessoas.
Erlan era primo de Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, presidente e fundador da One Internet Group (OIG). Neste domingo (22), ele se manifestou nas redes sociais.
“Te amo eternamente. Meu guerreiro, meu companheiro, irmão, filho. Nenhuma palavra pode explicar minha dor. Só tenho a clamar por justiça, meu Deus!”, escreveu Fernandin na publicação.
Fonte: CidadeVerde