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30 de junho de 2025
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Alzheimer atinge 55 milhões de pessoas, mas sintomas iniciais ainda são desconhecidos; saiba mais

Foto: Freepik

O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) é caracterizado por mudanças sutis na memória e no fluxo do pensamento. Segundo o geriatra e superintendente em Medicina Preventiva da MedSênior Roni Chaim Mukamal, não conhecer os sintomas iniciais pode comprometer a qualidade de vida do paciente. “Quando não se conhecem os sintomas iniciais, se compromete o diagnóstico precoce, outra condição que possa ser revertida, e a avaliação da adoção de uma série de condutas capazes de evitar ou postergar o agravamento da doença”.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum a Doença de Alzheimer, que atinge sete entre 10 indivíduos com demência em todo mundo.

No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas enfrentam alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. O alerta é que, até 2050, de acordo com a Alzheimer’s Disease International, o número de diagnósticos da doença ultrapasse 131 milhões.

Mas como saber se o esquecimento é natural, CCL ou Alzheimer?

O médico Roni Mukamal explica que algumas características da Doença de Alzheimer apresentam semelhanças com as mudanças que acontecem com o corpo humano com o avanço dos anos, e não caracterizam nenhum problema de saúde, sendo apenas consequências do envelhecimento.

No entanto, essas semelhanças podem causar confusão, atrasando a procura por um médico e o diagnóstico do Alzheimer. “Durante o envelhecimento, o idoso esquece nomes de artistas, ocasionalmente guarda coisas em lugares errados, apresenta alterações de humor devido a fatos concretos e eventualmente tem dificuldade para achar palavras”, diz o médico.

Já quem tem a doença de Alzheimer, esquece nomes de pessoas próximas, guarda coisas em lugares estranhos, tem súbitas alterações de humor sem motivo, não consegue lembrar palavras e faz substituições por outras sem sentido. Além disso, os pacientes apresentam perda de memória recente frequentemente, tornam-se repetitivos e esquecem compromissos, o que atrapalha a execução de tarefas.

A melhor forma de diferenciar os sintomas da doença de Alzheimer do envelhecimento normal é prestar atenção na frequência dos esquecimentos e observar se eles atrapalham o dia a dia do idoso. “Muitas vezes, os familiares acham que a perda de memória é natural do envelhecimento e procuram o geriatra apenas quando ocorre algum fato mais marcante e grave, como episódios de agressividade ou quando o idoso se perde na rua”, diz.

Prevenção e cuidado

Segundo Mukamal, é essencial olhar para essa e outras questões com foco na prevenção. “O bem envelhecer inclui aspectos como saúde física, mental, financeira, além de relações sociais, mobilidade e conectividade, entre outros aspectos” .

Loyde Dias, de 75 anos, é um exemplo dessa prevenção. Ela participa de uma oficina chamada “Cabeça Boa”, dentro de um Programa de Medicina Preventiva, voltada para o estímulo e a manutenção da capacidade cognitiva e da memória dos idosos, e melhorou os problemas relacionados a esquecimento seguindo as técnicas aplicadas dentro do projeto. “Na oficina, aprendemos, entre outras coisas, que o ato de anotar, de exercer a escrita, também ajuda a memorizar, por isso hoje eu anoto tudo. Na minha casa sempre tem um bilhetinho de lembrete em algum lugar, principalmente, na geladeira”.

O geriatra explica que o encaminhamento para as oficinas é feito quando o paciente se mostra confuso ou com problemas relacionados à memória.

“Ele participa de oito encontros que focam em uma postura mais ativa. Para exemplificar, é estimulado a dar mais atenção aos cuidados pessoais, a ir a um supermercado diferente, a sentar em cadeiras diferentes em locais variados da casa, a mudar a rua por onde caminha. Além disso, há uma orientação nutricional sobre alimentos acessíveis que favorecem à saúde do cérebro”, diz.

Prevenção à mesa: alimentos que ajudam o intestino e a mente

O trabalho de combate a questões relacionadas à perda de memória passa, também, pela mesa. A nutricionista da MedSênior Giselli Prucoli alerta que 90% da nossa serotonina, o chamado hormônio do prazer, é produzida no intestino. Ou seja, o intestino se comunica diretamente com o cérebro, e o bom ou mau funcionamento de um está diretamente ligado com o desempenho do outro.

“Ter um intestino saudável envolve uma alimentação rica em alimentos antioxidantes, rica em fibras, beber água adequadamente e, principalmente, evitar ao máximo o consumo de alimentos ultraprocessados”, orienta a especialista.

Ela ainda alerta que uma boa rotina de sono e a prática de atividades são essenciais para a saúde cerebral.

Alimentos que têm potencial para contribuir para a saúde do cérebro, segundo a especialista:

Brócolis e espinafre

Ambos são fontes de vitamina K e nitrato, nutrientes conhecidos por fortalecer nossa capacidade cognitiva, melhora a habilidade de raciocínio e aprendizagem. Têm papel importante na manutenção da função cerebral e em manter a memória afiada.

Cacau

Além de ser rico em ferro, fibras e magnésio, é fonte de flavonoides, que aumentam a circulação sanguínea cerebral. O resultado é uma melhora das funções cognitivas, na memória e até no humor.

Café

Possui duas substâncias importantes: cafeína e antioxidantes, que deixam o cérebro em estado de alerta, o que melhora bastante a concentração e o processo de aprendizagem. Para melhorar sua capacidade de foco, basta consumir uma xícara grande de café pela manhã.

Cúrcuma

O principal ingrediente ativo deste tempero é a curcumina, uma substância que turbina a memória e estimula a neurogênese (processo de formação de novas células cerebrais). A substância consegue ainda reduzir inflamações do cérebro, uma das causas primárias do Alzheimer.

Linhaça e semente de abóbora

Fontes de ômega-3, um ácido graxo importantíssimo para o bom funcionamento cerebral. Além de melhorar o humor, eles catalisam nossa capacidade de aprendizagem.

Nozes

Contém nutrientes essenciais para o funcionamento pleno do cérebro, como a vitamina E, que previne o declínio da nossa capacidade cognitiva. Também é rica em ômega3 e em antioxidantes. Seu consumo moderado e rotineiro favorece uma melhora da memória e protege o cérebro contra a ação de radicais livres.

Abacate

A fruta é rica em gorduras monoinsaturadas, que fazem bem ao sistema cardiovascular e combatem problemas como colesterol alto. Assim como todo o corpo, o cérebro também depende de uma boa circulação sanguínea para funcionar bem.

Frutas amarelas

Caqui e damasco, entre outras frutas amarelas, são ricos em vitamina C, um antioxidante natural que preserva a saúde do cérebro. Os carotenoides responsáveis pela cor das frutas também previnem o envelhecimento precoce e melhora a capacidade de renovação das células cerebrais.

Broto de feijão

Muito presente na culinária japonesa, o broto de feijão é fonte de inositol, uma vitamina do complexo B que atua diretamente no funcionamento do cérebro. Esse nutriente atua na produção de serotonina, que, entre outras funções, ajuda no estado de vigília do cérebro e nas funções intelectuais.

Fonte: SBT News 

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