O brilho das cores, o som do triângulo e a emoção dos marcadores tomaram conta da Arena das Quadrilhas no terceiro dia do Picos Cidade Junina 2025, realizado neste sábado (31), no bairro Boa Sorte. O festival de quadrilhas, um dos momentos mais esperados da programação, reuniu grupos de vários estados do Brasil, encantando o público com espetáculos cênicos, coreografias ousadas e temáticas profundas que valorizam a cultura nordestina e popular.
A competição, organizada pela Prefeitura de Picos em parceria com o Governo do Estado do Piauí, distribui este ano R$ 45 mil em prêmios e conta com avaliação de jurados credenciados pela FEQUAJUPI (Federação de Quadrilhas Juninas do Piauí). Participaram da noite as juninas Ouro Branco (Araripina-PE), Brilho do Sol (Novo Oriente-CE), Coisas da Roça (Brasília-DF), Amor Junina (Elesbão Veloso-PI), Fogueira Santa (Camaçari-BA), Filhos da Massa(Castelo do Piauí) e Arrasta Pé dos Caipiras, representando o município de Picos.
Cada grupo trouxe ao tablado sua própria leitura do São João, misturando tradição e inovação. Para Maycolla, presidente e marcador da Junina Coisas da Roça, de Brasília, a estreia no Piauí foi motivo de orgulho.
“Temos uma satisfação enorme em participar deste intercâmbio cultural, ainda mais em nosso ano de 32 anos de história. Este ano, trouxemos o ‘Auto da Compadecida’ como tema, numa proposta de continuação da obra, misturando o erudito com o popular, a irreverência do João Grilo e a magia do São João nordestino.”
Representando o Ceará, a Junina Brilho do Sol, de Novo Oriente, trouxe um espetáculo que celebrou seus 25 anos de trajetória.
“Estou à frente da Brilho do Sol há 25 anos, e cada apresentação ainda emociona como se fosse a primeira. Neste ano, reunimos tudo o que já mostramos em nossa história: reizado, circo, bodega, a quadrilha tradicional e muita cultura popular”, afirmou Roberto, presidente da quadrilha.
A Junina Ouro Branco, de Araripina (PE), apostou em um tema inédito e desafiador: a vida e o legado de Frei Damião.
“Trouxemos a temática ‘O Sopro do Nordeste’. Foi um desafio, pois quase não encontramos materiais ou projetos parecidos. Mas conseguimos emocionar e celebrar a cultura com respeito e beleza”, contou Ana Clébia, presidente da quadrilha.
Já a Amor Junina, de Elesbão Veloso (PI), levou ao público uma reflexão profunda sobre o trabalho digno no Brasil.
“Em 2025 ainda temos pessoas trabalhando sem carteira assinada, sem direitos. Nossa temática é ‘Liberdade’ e denuncia essa nova forma de escravidão que ainda persiste”, destacou Cleide, presidente do grupo.
A quadrilha Filhos da Massa, de Castelo do Piauí, voltou ao festival com uma homenagem à literatura e à cultura local.
“Contamos a história de Ataliba, um vaqueiro fictício de nossa terra, criado por Francisco Gil Castelo Branco. É sempre um prazer representar a simplicidade da nossa gente”, disse Alécio, presidente da junina.
Representando Picos, a Arrasta Pé dos Caipiras levou ao palco a energia e o compromisso com a tradição.
“Temos uma enorme responsabilidade por sermos de Picos. Dedicamos noites sem dormir para entregar um espetáculo que represente bem o nosso povo e a beleza do São João”, destacou Jane, presidente da quadrilha.
A noite foi marcada por apresentações empolgantes, torcidas vibrantes e uma plateia emocionada, reafirmando o Picos Cidade Junina como um dos maiores e mais respeitados festivais juninos do Nordeste. O festival segue até domingo (1º), com mais cultura e muita música.
Cobertura completa do Picos Cidade Junina:
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