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1 de julho de 2025
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Uso exagerado de inteligência artificial pode reduzir capacidade de aprendizado

Computador / Divulgação/Jucepi

Uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, revelou que o uso exagerado da inteligência artificial (IA) pode reduzir a capacidade de aprendizado.

Escrever um texto em menos de um minuto a partir de uma frase, criar imagens de forma rápida, fazer pesquisas em segundos. Tudo isso é possível com o uso da inteligência artificial. Mas em que momento essa agilidade pode se tornar prejudicial?

Pesquisadores do MIT identificaram mudanças significativas na conectividade cerebral, com reduções da memória e do entendimento crítico, dependendo da frequência de uso dessas ferramentas para escrever textos.

Ao todo, 54 pessoas foram acompanhadas ao longo de quatro meses. Elas tiveram que escrever uma redação e foram divididas em três grupos: o primeiro utilizou apenas o ChatGPT na escrita; o segundo usou somente ferramentas de busca, como o Google; o terceiro não pôde consultar nenhuma dessas fontes, ficando restrito aos próprios cérebros.

Para analisar a atividade cerebral de cada participante foram feitas eletroencefalografias e os ensaios escritos foram analisados tanto por professores humanos quanto por IAs voltadas para o Processamento de Linguagem Natural (PLN), ramo que se dedica a fazer com que IAs compreendam e manipulem a linguagem humana.

Na fase seguinte, 18 participantes trocaram de grupo. Aqueles que usaram apenas a inteligência artificial passaram para o grupo que poderia usar só o próprio cérebro e aqueles que estavam nesse grupo, por sua vez, passaram para a utilização do ChatGPT.

De acordo com os pesquisadores, houve “diferenças significativas na conectividade cerebral” dos envolvidos. Os participantes que usaram apenas as próprias capacidades cognitivas exibiram redes fortes e mais distribuídas de atividade cerebral. Aqueles que usaram apenas mecanismos de busca apresentaram atividade moderada. Já os usuários da IA registraram conectividades cerebrais mais fracas.

O neurologista João Brainer de Andrade alerta que o uso crescente da inteligência artificial pode desmotivar o aprendizado e atrofiar o cérebro.

“A inteligência artificial generativa está fazendo muita coisa do que nós poderíamos fazer. Muitas habilidades executivas que nós tínhamos a capacidade, inclusive até a própria artística, cultural, criativa, estão sendo feitas. Então, pela primeira vez em muitos anos, nós estamos experimentando uma geração que está vindo com o QI menor do que a geração passada”, diz.
O especialista em tecnologia Ricardo Marsili defende que a IA deve ser uma aliada, não uma substituta do esforço humano. “Assim como a gente sabe que, por mais que a gente possa usar o carro, por exemplo, para ir para vários lugares, em algum momento vai ser interessante a gente andar, correr, fazer exercícios. Então, eu enxergo a inteligência artificial mais ou menos dessa forma. Abriu-se um mar de possibilidades, mas cada um tem que ter a serenidade e a responsabilidade de utilizar da melhor maneira possível, com limites e respeitando a sua própria saúde”, afirma.

*Com informações da Agência Brasil

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