“O Brasil não tem sido bom para os EUA” é o que anunciou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (9). O chefe de Estado anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados brasileiros, que começará a valer a partir de 1º de agosto. A medida pode impactar nas exportações piauienses.
Somente em 2024, de acordo com Dados Piauí da secretaria de Planejamento, o estado exportou US$ 13,64 milhões para os Estados Unidos, o que, em reais, chega a pouco mais de R$ 74,5 milhões. Entre os produtos mais exportados estão a soja, bagaços e outros resíduos sólidos, milho, minérios, ceras vegetais e algodão.
Apesar disto, o Piauí não deve ser tão impactado pelas taxações do presidente estadunidense, pois vem diminuindo ano após ano a venda de produtos para os EUA e aumentando as relações comerciais com a China, que, em 2024, comercializou US$ 69,61 milhões de dólares com o Brasil.
O ano em que o Piauí mais vendeu para o país americano foi em 2021, representando US$ 57 milhões, seguido de uma queda em 2023 para US$ 39 milhões. A mais acentuada foi em 2024, chegando ao valor de US$ 13,64 milhões.
O economista e professor da Universidade Federal do Piauí, Paulo Henrique, disse que a taxação, assim como para o Piauí e o Brasil, pode levar o estado a expandir seu mercado com a China na exportação de seus produtos, como a soja.
“[A taxação] pode representar um impacto ali no setor agrícola e logicamente o Piauí é um estado que tem a sua matriz voltada para a produção de produtos agrários, a soja principalmente, tem os municípios que exportam, então eles podem experimentar um recuo nessas vendas diretamente dos Estados Unidos podendo impactar inclusive o PIB a arrecadação desses municípios”, explica.
A ação reduz também a competitividade desses produtos nos EUA, com a taxação dos 50% encarecendo produtos brasileiros no país americano, o que pode impactar no mercado interno, aumentar a oferta desses produtos, baratear e levar a uma desmobilização de curto, médio e longo prazo, fazendo os EUA buscarem novos fornecedores.
“É lógico que também teria a possibilidade de procurar outros parceiros para cobrir essa lacuna e também se poderia gerar a internacionalização para o Piauí em matéria de redirecionar mercado mas isso é um pouco improvável porque dependeria de uma negociação a partir do governo federal até porque uma das justificativas é política em relação aos problemas que são enfrentados em matéria política com o antigo governo”, declarou.
Fonte: O Dia