Durante a Marcha dos Prefeitos, realizada em Brasília, o senador Marcos Rogério, em entrevista ao Cidades em Foco, destacou a relevância do evento como espaço essencial para o fortalecimento e defesa do municipalismo. Em sua avaliação, a edição deste ano teve um caráter especial por reunir, em grande número, prefeitos eleitos no último ano (2024), que participaram pela primeira vez da Marcha. O parlamentar enfatizou que, embora muitas políticas públicas são formuladas em Brasília a responsabilidade pela execução recai sobre os municípios, o que reforça a urgência de uma redistribuição mais justa de recursos e mais autonomia.
O senador ressaltou a necessidade de o governo federal reconhecer o papel dos municípios na vida da população, assumindo uma postura mais sensível e colaborativa. Segundo ele, o Congresso Nacional já compreende essa necessidade, mas o poder executivo ainda demonstra certa resistência. “É hora do governo rever essa situação de dependência e enxergue o município como maior aliado da população e como parceiro na efetivação das políticas públicas,” afirmou.
Marcos Rogério também comentou a presença dos dois principais líderes políticos do país no evento — o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o senador, a recepção contrastante a ambos evidencia a atual percepção dos prefeitos em relação às gestões federais. Enquanto o presidente Lula enfrentou vaias em três momentos distintos, demonstrando dificuldades em estabelecer uma relação próxima com os gestores municipais, Bolsonaro foi calorosamente ovacionado desde sua chegada, sinalizando, na visão do parlamentar, um reconhecimento à sua postura mais alinhada às demandas do municipalismo durante seu mandato.
Ao final de sua entrevista, o senador destacou que os aplausos dirigidos a Jair Bolsonaro não representam apenas uma manifestação de preferência política, mas também refletem o reconhecimento a uma gestão que, em sua avaliação, valorizou e fortaleceu as administrações locais. Segundo Marcos Rogério, o slogan adotado pelo ex-presidente — “mais Brasil, menos Brasília” — foi efetivamente concretizado por meio de repasses expressivos de recursos diretamente aos municípios ao longo de seu mandato.
