23.4 C
Jacobina do Piauí
1 de julho de 2025
Cidades em Foco
GeralNordeste em FocoPiauíPolícia

Segurança pedirá à PF responsabilização de advogado que entregou tablet a Tatiana Medeiros

vereadora Tatiana Medeiros - Foto: Arquivo Pessoal

A Secretaria de Segurança do Piauí (SSP-PI) vai pedir à Polícia Federal a responsabilização do advogado que entregou o celular e o tablet encontrados com Tatiana Medeiros no Quartel do Comando Geral (QCG). Em depoimento, a vereadora alega que os aparelhos foram repassados por um de seus advogados de defesa. Ao comentar o assunto nesta quinta-feira (22), o secretário Chico Lucas disse que o profissional provavelmente cometeu um crime e atrapalhou a custódia de uma presa.

No que compete à Secretaria de Segurança, já foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar se houve participação de algum PM na entrada dos aparelhos eletrônicos no QCG. O pedido de abertura da investigação foi feito pelo promotor de Justiça Militar, Assuero Steveson, ao comandante da Polícia Militar, coronel Scheiwann Lopes. No entendimento de Assuero, a situação é “absurda pela forma como se coloca”.

Já o secretário Chico Lucas classificou o ocorrido como “complexo”. Para ele, é complicado garantir a guarda de uma custodiada que, em tese, não deveria estar no QCG em razão da natureza dos crimes aos quais responde.

“A gente, na verdade, faz o acompanhamento e cabe à Polícia Federal e à Justiça Eleitoral tomarem as providências. Ela mesma relata no seu depoimento que foi um advogado que levou [os eletrônicos]. Ora, aí fica complicado. A gente tem que guardar uma pessoa que não é para ficar no QCG, até atrapalha nosso dia a dia, o advogado não pode ser revistado, o advogado leva celular para a presa. Então é complexo”, disparou Chico Lucas.

Ele destacou que a Secretaria de Segurança Pública e as forças estaduais de Segurança do Piauí não possuem qualquer relação com o caso de Tatiana Medeiros, uma vez que ela responde por um crime eleitoral cuja investigação compete à Polícia Federal.

Advogados não podem ser revistados na visita a clientes

Quando mencionou que o advogado de Tatiana Medeiros não pode ser revistado ao entrar no QCG, Chico Lucas se referia à Lei nº8.906/1994, que trata das prerrogativas dos profissionais da advocacia. Advogados não podem ser submetidos a revistas pessoais ou íntimas como condição para visitar clientes em estabelecimentos prisionais ou de custódia. Esta lei é reiterada por decisões da OAB e segue jurisprudência do STF.

O artigo 7º das prerrogativas assegura ao advogado o direito de se comunicar com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando eles estiverem presos, seja em estabelecimentos civis ou militares. Além disso, garante o direito de ingresso livre nas salas de audiência, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença dos seus titulares.

A OAB-PI se manifestou por meio de nota sobre a situação. A Ordem dos Advogados Seccional Piauí requisitou informações à PM sobre o que teria ocorrido e esclareceu que a Sala de Estado Maior, onde Tatiana ficou custodiada, é uma garantia legal da advocacia, mas não constitui abrigo para práticas que contrariem a ética ou a legalidade. Após o recebimento das informações, caso confirmada a participação de advogado regularmente inscrito, a OAB-PI vai adotar as providências cabíveis no âmbito ético-disciplinar.

Fonte: O Dia

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais