A Polícia Federal deflagrou uma operação que apura fraudes em licitações no Ceará e fez buscas em endereços relacionados ao deputado federal cearense Júnior Mano (PSB) nesta terça-feira (08). O parlamentar é suspeito, segundo a polícia, de integrar uma organização que estaria desviando recursos públicos. Atualmente filiado ao PDB, Júnior Mano já foi do PL, mas acabou sendo expulso do partido em 2024 após ele participar da campanha de Evandro Leitão à Prefeitura de Fortaleza.
Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, conhecido como Júnior Mano, nasceu em abril de 1985, em Nova Russas, Ceará. É empresário e administrador, foi vice-prefeito de sua cidade natal de 2016 a 2018 antes de se eleger deputado federal pela primeira vez em 2018 e ser reeleito em 2022. Em 2024, então filiado ao partido de Bolsonaro, o PL, Júnior Mano foi expulso da legenda por divergências na eleição municipal de Fortaleza e migrou para o PSB.
Júnior Mano havia sido o segundo deputado mais votado do Ceará, tendo recebido 216.531 votos. Na Câmara, ele faz parte da Comissão de Saúde e da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. Em 2024, ele foi alvo de duas ações da Polícia Federal, que apontava que o parlamentar teria tido um “papel central” em esquema que envolvia compra de votos em municípios cearenses e peculato via emendas parlamentares.
Em setembro do ano passado, o STF determinou que a PF investigasse também suposto crime de extorsão envolvendo o deputado cearense, baseado em denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República e pelo Ministério Público do Ceará.
Esquema investigado pela Polícia Federal
De acordo com a Polícia Federal, o núcleo investigado na ação deflagrada hoje (08) articulava envio de recursos públicos a municípios cearenses. Em troca, parte destes recursos era desviado para pagamentos ilícitos. A organização também é suspeita de influenciar licitações para favorecer empresas vinculadas ao grupo. Na operação, a Polícia Federal investiga organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.
Em nota, o deputado Júnior Mano negou que tenha qualquer participação no esquema e reafirmou sua confiança “nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciário Federal”. Parlamentar reiterou seu compromisso “com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública”.
Fonte: O Dia
