Promotora diz que empresas de fachada eram usadas para fraude em licitação e desvio de dinheiro no Piauí

Segundo a Promotora de Justiça Débora Aragão, coordenadora do Gaeco, a suspeita é de criação de empresas de fachada para concorrer a licitações que seriam fraudadas para facilitar o desvio de dinheiro público.

“O foco é a cidade de Passagem Franca, mas foram cumpridos mandados em outras cidades. A operação apura principalmente fraudes em licitação realizadas em Passagem Franca, onde há indícios fortes de montagem de processo licitatório e direcionamento de empresas de fachada, criadas para dar aparência de legalidade a certos contratos realizados no município. A investigação envolve gestores e servidores públicos e operadores dessas empresas”, declarou a Promotora de Justiça Débora Aragão, coordenadora do Gaeco.

Ao todo, segundo o MP, são 19 alvos [de mandados de busca e apreensão] nos municípios Passagem Franca, Teresina, Agricolândia, Barro Duro, São Pedro do Piauí, Demerval Lobão e Lagoinha do Piauí.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo desembargador Joaquim Dias Santana Filho porque, segundo o MP, um dos investigados tem foro por prerrogativa de função no Tribunal de Justiça Piauiense. Os nomes dos alvos não foram informados.

O Gaeco informou que a investigação apura os crimes de desvio de recursos públicos, organização criminosa, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e fraude em licitação, envolvendo contratos das empresas com o município de Passagem Franca durante sete anos, entre os anos de 2013 a 2020.

A operação conta com o apoio da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e o nome Ibi Clausus faz referência, segundo o MP, a uma passagem fechada para a corrupção.